O Círio de Nazaré, que congrega milhares de fiéis todos os anos em Belém do Pará, agora também é Patrimônio da Humanidade. A inclusão da festa de fé na Lista Representativa do Patrimônio Cultural da Humanidade. foi aprovada nesta quarta-feira (4) durante a Oitava Reunião Anual do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, da Unesco.
Agora, o Brasil possui quatro bens imateriais inscritos. Também são Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: o Samba de Roda do Recôncavo Baiano, Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi e o Frevo: expressão artística do Carnaval de Recife.
A reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial na cidade de Baku, no Azerbaijão, acontece de 02 a 07 de dezembro e recebe 800 delegados de cerca de cem países. Este ano, além do Brasil com o Círio de Nazaré, outras nove candidaturas serão avaliadas pelos 24 países membros do Comitê.
Tradição do Círio
A procissão do Círio de Nazaré é realizada em Belém do Pará há 221 anos, desde o ano de 1793, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A grande romaria é realizada no segundo domingo de outubro, mas a Quadra Nazarena, como é chamado o período que reúne as comemorações relacionadas à festividade, começa no mês de agosto e vai até duas semanas após o Círio.
A festividade é centrada na devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Segundo a tradição popular, a imagem da Virgem Maria teria sido encontrada pelo pescador Plácido há mais de 200 anos, no mesmo local onde atualmente está a Basílica de Nazaré.
De acordo com o Iphan, a festividade do Círio é considerada uma das maiores concentrações religiosas do mundo, e foi o primeiro bem cultural inscrito pelo Instituto no Livro de Registro das Celebrações como Patrimônio Cultural do Brasil.