O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou ontem, com a divulgação do estudo “Cidades em Movimento: Desafios e Políticas Públicas”, que o Pará, juntamente com Maranhão e Amapá, são as unidades da Federação que apresentam maior carência de mão de obra especializada, principalmente na área médica. No Pará, a proporção de médico por habitante é de 1,5 mil. No Maranhão é pior: um médico para cada 2,3 mil. E no Amapá a proporção é de 1,9 mil.
Feita com base no Censo 2010, a pesquisa mostra que, proporcionalmente, em relação ao número de habitantes, o país tem mais engenheiros que médicos. Além de apresentar mapas com as regiões mais carentes de médicos, o estudo revela que para cada engenheiro a proporção é 267,62 habitantes. Já para cada médico, são 701,61 pessoas na média nacional.
“São quase três vezes mais engenheiros que médicos no país”, reforçou o presidente do Ipea, Marcelo Neri, ao divulgar dados antecipados da pesquisa. “A relação é um médico no Maranhão para cada nove médicos em São Paulo”.
No Maranhão, no Piauí e em Roraima, os engenheiros também são mais escassos que nos demais estados do país, sendo um para cada grupo de 1,2 mil, 1,1 mil e mil pessoas. Os estados com mais engenheiros e médicos são Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Profissões
Segundo a pesquisa, as profissões foram quantificadas por serem fundamentais ao desenvolvimento do país e foco de políticas públicas federais como os programas Mais Médicos, do Ministério da Saúde, e o Ciência sem Fronteiras, coordenado em conjunto pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação. “São profissões relevantes para o crescimento econômico”, justificou um dos responsáveis pelo estudo, Rogério Boueri.
O estudo, divulgado apenas parcialmente pelo presidente do Ipea, vai mostrar que caiu a desigualdade de repasse de verbas federais e de indicadores de desenvolvimento humano entre os municípios brasileiros, entre 2002 e 2012.
Segundo a pesquisa, em dez anos, no período estudado, as receitas disponíveis nas prefeituras passou de 6,4% para 8% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado reflete na ampliação da arrecadação municipal e de transferências de recursos federais por meio de políticas públicas, segundo o presidente Marcelo Neri, que antecipou os dados em entrevista.
Segundo Neri, pesaram na redução das desigualdades econômicas e de desenvolvimento entre os municípios, principalmente programas de saúde, educação e de assistência social, como o Bolsa Família. Com isso, os maiores beneficiados são aqueles de pequeno ou médio porte. A pesquisa completa, com todos os indicadores, será divulgada nos próximos dias.