Produzido no Brasil por diversos laboratórios e sem nenhum tipo de restrição, a nimesulida - medicamento anti-inflamatório não-esteroide (NSAID) é autorizado em muitos países para o tratamento de dores agudas, tratamento sintomático de osteoartrite dolorosa e para a dismenorreia primária.
O uso da nimesulida porém, pode representar riscos tóxicos à saúde, uma preocupação constante para os órgãos mundiais de saúde, o que fez com que países como o Reino Unido e Alemanha, a proibir desde sempre, o uso do medicamento. O remédio também já foi retirado de circulação no Canadá, Estados Unidos, Japão, Espanha, Finlândia, Irlanda, Bélgica, Dinamarca, Holanda e Suécia. Inclusive a Comissão Europeia tem grande preocupação com o efeito devastador do medicamento, e pede que as pessoas evitem qualquer possibilidade de utilização crônica e frequente da nimesulida.
A nimesulida tem como reações adversas mais comuns as gastrintestinais, como náuseas, vómitos, dor abdominal e tem sido monitoradas por associações às reações alérgicas, a disfunção da coagulação, leucopenia, problemas no fígado, danos nos rins e outros problemas de segurança. Uma das maiores preocupações das autoridades internacionais são relativas ao dano hepático, já que o grande e principal alvo do fármaco, é o fígado dos pacientes - Inclusive, exite o risco do paciente contrair insuficiência hepática fulminante (FHF) de origem desconhecida, e como o risco de hepatotoxicidade grave pode acontecer a qualquer momento, a qualquer paciente, muitos países resolveram proibir de vez o medicamento.
O Irish Medicines Boards (IMB), regulador irlandês, recebeu já em 2007 informações da Unidade Nacional de Transplante de Fígado, sobre seis casos de insuficiência hepática que necessitaram de transplante após o tratamento oral com nimesulida, duas das quais resultaram em morte.
O regulador (IMB) suspendeu a comercialização e venda da nimesulida para uso oral na Irlanda, onde os profissionais de saúde e os pacientes foram informados desta ação regulamentar urgente, além de um comunicado de imprensa com documentos comprovados, bem como contato direto com uma gama de organizações profissionais. O IMB também informou as partes interessadas a nível nacional e internacional e deu início a uma nova revisão da União Europeia sobre a segurança dos produtos contendo nimesulida. O resultado desta avaliação será comunicado aos profissionais de saúde, quando disponíveis.
Segundo o IMB: "O dano hepático é um raro, porém grave, efeito secundário da nimesulida. Temos dados da Unidade Nacional de Transplantes de fígado do St. Vincent Univerity Hospital, que falam de seis pacientes que precisaram de transplante após um tratamento com a nimesulida. Desde que o produto deu entrada na Irlanda, em 1995, tivemos um total de 53 casos e três casos mortais de insuficiência hepática. Além disso, a Nimesulida apresenta toxicidade renal”.