Presos do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), em Manaus, realizaram motim na tarde desta segunda-feira (2). Ainda não há informações sobre fugas ou feridos. Segundo o governo do Amazonas, a situação está controlada.
Em nota, o governo informou que detentos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir e foram impedidos pelo reforço da Polícia Militar que estava atuando na unidade. O CDPM tem superlotação de 176%. Com capacidade para 568 presos, o local abriga, atualmente, 1.568 internos segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
No Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), ainda segundo a nota do governo, os internos se movimentaram em um "batidão de grade", que foi contornado logo em seguida pela direção da unidade. A situação é considerada estável nas duas unidades.
Essa é a terceira rebelião em uma unidade prisional de Manaus em menos de 24 horas. Mais cedo, 56 detentos foram assassinados e 112 presos fugiram após um motim que durou mais de 17 horas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Inicialmente, o governo havia falado em 60 pessoas mortas dentro do complexo.
Em outro presídio, localizada na zona rural de Manaus, quatro detentos foram encontrados mortos. Segundo o governo do Amazonas, a situação na Unidade Prisional do Puraquenara está estável, mas não foi informado se houve rebelião no local.
Rebeliões
Segundo o secretário estadual de Segurança, Sérgio Fontes, Manaus foi palco do "maior massacre do sistem prisional do Amazonas".
Tanto o Compaj quanto o CDPM estão localizados na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). No domingo (1º), a Seap registrou rebelião e fuga de 87 presos no Ipat. De acordo com o governo, a ocorrência tem relação com a rebelião no Compaj.
Na rebelião ocorrida no Compaj, foram mortos presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e condenados por estupro. Segundo o secretário, facção rival Família do Norte (FDN) comandou a rebelião, que "não havia sido planejada previamente". "Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiedosa do narcotráfico", afirmou.