Como previsto, Michel Temer recebeu nesta quarta-feira um grupo de deputados da bancada da bala. Conversaram sobre o flagelo do sistema prisional brasileiro. Os visitantes sugeriram um lote de providências.
Entre elas a criação de uma nova pasta: o Ministério da Segurança Pública. Temer não refugou a ideia. Mas se absteve de assumir compromissos. Um auxiliar do presidente disse que a proposta será armazenada no freezer.
Os deputados foram ao gabinete de Temer acompanhados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição. A bancada da bala é integrada por mais de duas centenas de deputados.
Se respondesse ao pleito do grupo com um sonoro “não”, Temer talvez retirasse votos do cesto de Maia, que disputa o comando da Câmara com o ‘centrão’ dos rivais Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF). Daí a opção pelo congelamento do novo ministério.
Presente à reunião, o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) torceu o nariz para a ideia de remeter a (in)segurança pública para outro guichê da Esplanada, ao qual estaria subordinado inclusive a Polícia Federal.
A mudança transformaria Moraes, definitivamente, num ministro decorativo. E abriria uma guerra entre as fações políticas que apoiam Temer no Legislativo. Melhor evitar o risco de massacre.