A Procuradoria-Geral da República informou, em nota, que estuda a possibilidade de postular a federalização de crimes como o de motim. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve neste sábado (11), em Vitória, em reunião com membros do Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e representantes dos governos federal e estadual para discutir possíveis soluções para a paralisação da Polícia Militar.
"A reunião de hoje (11) demonstra que as instituições estão trabalhando para garantir a ordem pública. O MPF, por meio da Procuradoria-Geral da República e da Procuradoria da República no Espírito Santo, está dando sua contribuição para resolver o problema de forma profissional, serena e equilibrada", disse Janot.
A PGR informou na nota que "diante do grave comprometimento da ordem pública evidenciado pelas inúmeras mortes, falta de transporte público, fechamento de órgãos públicos e do comércio, além do impasse gerado pela manutenção da paralisação e aquartelamento das forças estaduais, a Procuradoria-Geral da República estuda a possibilidade de postular a federalização de crimes como o de motim".
Janot concluiu, segundo a nota, que acredita em uma solução. "Acredito que podemos ter uma solução pacífica para o caso e que instituições demonstraram hoje que são capazes de dar essa resposta à sociedade", concluiu.
Crise
A onda de violência no Espírito Santo deixou 137 mortos até as 10h desta sábado (11), segundo o Sindicato dos Políciais Civis do Espírito Santo (Sindipol). Desde o início da crise, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp-ES) não divulga números de homicídios.
Na madrugada desta sexta, as mulheres de PMs não entraram em acordo com o governo do estado e seguem ocupando a frente dos batalhões no estado e impedindo a saída do policiais. Os protestos chegaram ao 8º dia.
Para reforçar a segurança das ruas, estão sendo empregados 3.130 homens, mais de 180 veículos, 3 helicópteros, 7 blindados, segundo o ministro da Defesa Raul Jungmann, em visita ao estado.