O presidente Michel Temer deu posse nesta quarta-feira (31), em cerimônia no Palácio do Planalto, ao novo ministro da Justiça, Torquato Jardim. A nomeação já foi publicada no "Diário Oficial da União".
Ex-ministro da Transparência, Torquato assume o comando da pasta no lugar de Osmar Serraglio (PMDB-PR), demitido do cargo no último fim de semana.
Deputado federal, Serraglio decidiu retomar o mandato na Câmara ao rejeitar o convite de Temer para assumir a Transparência.
À frente do Ministério da Justiça, Torquato Jardim será o responsável, por exemplo, pela Polícia Federal (PF); pela Força Nacional de Segurança; pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen); pela política de demarcação de terras indígenas; e pelo Plano Nacional de Segurança Pública.
Discurso de posse
Em um breve discurso de posse, Torquato Jardim disse que o Brasil não é um "país para principiantes". Sem entrar detalhes, acrescentou que o desafio é encontrar "homogenia na heterogeneidade".
"Um ou outro são barreiras no atraso. Afinal, o velho está morto, mas o novo não consegue nascer", declarou.
Torquato Jardim afirmou, ainda, que, "no Brasil, o otimista pode estar equivocado, mas o pessimista está sempre errado" e citou episódios de crescimento econômico no país nas últimas décadas.
O novo ministro disse também que terá pela frente desafios em "solo fértil" em razão da variedade de assuntos sob a responsabilidade do Ministério da Justiça.
Por fim, ele citou a política de demarcação de terras indígenas e defendeu a integração social de presos.
Reações
A troca no comando do Ministério da Justiça foi anunciada no último domingo (28). Após a confirmação de que Jardim assumiria a pasta no lugar de Serraglio, entidades que representam delegados e policiais federais reagiram à nomeação do novo ministro.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), por exemplo, afirmou que qualquer mudança no comando da pasta "gera preocupação e incerteza sobre a possibilidade de interferências no trabalho" da PF.
Além disso, a Federação Nacional dos Policiais Federais disse esperar que o novo ministro aja com imparcialidade, sem qualquer tentativa de influência nas investigações da PF, especialmente na Lava Jato.
No Congresso Nacional, líderes de partidos da base aliada disseram terem sido pegos de surpresa. A oposição reagiu de forma desconfiada, com receio de interferência nas investigações da operação Lava Jato.
Carta de despedida
Embora tenha sido convidado por Temer a permanecer no governo, Osmar Serraglio rejeitou comandar o Ministério da Transparência.
Em uma carta de despedida, Serraglio fez um balanço da gestão dele à frente da Justiça e disse que o presidente Michel Temer sofre "pressão de trôpegos estrategistas" ao demiti-lo.