O pente fino nos programas sociais permitiu ao governo identificar 151 mil auxílios irregulares pagos a idosos e deficientes a baixa renda, o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O cancelamento desses benefícios pode gerar uma economia de R$ 1 bilhão por ano, mas o processo é moroso, segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.
Para facilitar a suspensão dos pagamentos, o ministro disse que será publicado um decreto nos próximos dias. Também foram encontrados 17 mil mortos que continuavam recebendo a assistência, correspondente a um salário mínimo.
Segundo o ministro, foram encontrados beneficiários com renda familiar per capita de até seis salários mínimos. O critério que vem sendo adotado pelo governo é de uma renda per capita de meio salário mínimo.
A revisão dos programas também resultou na suspensão de 228 mil auxílios doença, o que gerou uma economia de R$ 7,6 bilhões em dois anos. Em média, 80% dos beneficiários não se enquadram nas regras para acessar ao benefício e, a expectativa é obter uma redução de despesas de R$ 15,7 bilhões ao fim do trabalho de pente fino.
Ele mencionou que no caso das aposentadorias por invalidez, 30% dos benefícios são irregulares, pagos a pessoas que têm condições de trabalhar. Entre os exemplos, ele citou auxílio pago a gestantes há mais de dez anos, atletas e "cegos que dirigem".
Beltrame classificou de "desleixo" o fato de os governo não terem revisado periodicamente os benefícios.
O balanço das revisões foi divulgado em cerimônia nesta segunda-feira durante comemoração do funcionamento de uma da nova plataforma digital de análise de dados (Govdata), que reúne a integração de várias bases do governo federal.