Nesta segunda-feira (17) completou 21 anos do “Massacre de Eldorado dos Carajás”, em que 19 trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra (MST) foram mortos em confronto com a Polícia Militar do Pará. Para lembrar a data, uma programação foi realizada na "curva do S", local onde aconteceu o confronto, no sudeste do estado.
Durante a manhã houve culto ecumênico e apresentações teatrais. O objetivo é chamar atenção para políticas públicas na reforma agrária, uma luta que, segundo os trabalhadores rurais, ainda permanece.
Manifestantes de várias cidades do país estão acampados na “curva do S” desde o dia 10 de abril para participar da programação neste dia 17 de abril.
Massacre
O confronto entre integrantes do MST e policiais ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras na rodovia PA-150.
A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os manifestantes. Dezenove camponeses foram mortos.
Dos 155 policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da operação, foram condenados a penas que superaram os 150 anos de prisão.
José Maria de Oliveira permanece custodiado no Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves. Já Mário Colares Pantoja está em recolhimento domiciliar para tratamento de saúde. Já os demais policiais militares que foram a julgamento foram absolvidos dos crimes.