O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) foi aplicado ontem a 650.066 mil alunos de instituições de ensino superior em todo Brasil. No Pará, mais de 6 mil estudantes de 14 cursos de bacharelado e cinco cursos superiores de tecnologia fizeram a prova, cujo objetivo é avaliar a qualidade do ensino das instituições de ensino superior.
A prova aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) iniciou às 12h em Belém. Na Escola Ulisses Guimarães, no bairro de Nazaré, houve manifestações do movimento estudantil contra o Enade e em defesa de outra forma de avaliação. A orientação aos estudantes era boicotar o exame, assinando apenas a lista de frequência e deixando a prova em branco, apenas com o adesivo “Boicote ao Enade. Por uma avaliação pra valer”.
De acordo com Anderson Castro, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPA, a prova é a mesma para todo o Brasil e não leva em consideração as questões regionais. “Defendemos uma prova que faça um diagnóstico dos problemas educacionais de cada instituição de ensino superior. O modelo atual incentiva a concorrência mercadológica e pratica a punição para os cursos que ganham a menor nota”, afirmou.
Também aconteceram manifestações nas Escolas Visconde de Souza Franco, Augusto Meira e Orlando Bitar.
Mas também houve defesas ao exame. “Acho importante a avaliação dos alunos. Muitos vão para a sala de aula e não querem aprender. O Enade é mais uma forma de pressionar o aluno a estudar”, afirmou a estudante de enfermagem Márcia Oliveira.
Já o estudante de tecnologia em agroindústria Fernando Costa questionou a relação entre o conteúdo cobrado e os currículos dos cursos. “Estou no segundo semestre na universidade. Encontrei muitas questões que ainda não me ensinaram durante o curso”, ressaltou. (Diário do Pará)
