Goianésia do Pará abandona os seus distritos

As comunidades pertencentes ao município de Goianésia estão abandonadas e só não vivem à míngua, por causa do “amparo” que recebem do município de Jacundá, segundo o que apurou a nossa reportagem, a situação na Vila Porto Novo que pertence de fato e de direito à Goianésia do Pará, só não está pior porque os benefícios chegam através da administração do prefeito Izaldino Altoé, que resolveu dar continuidade no atendimento daquela população.

A senhora Maria Lucimar Conceição dos Santos, a popular “Dona Lúcia”, moradora há mais de dez anos na Vila Porto Novo, disse que “sou a favor de que o Porto Novo seja incorporado ao município de Jacundá, uma vez que o posto de saúde, as escolas, a limpeza de lixo, o abastecimento de água, tudo é feito pela prefeitura de Jacundá, não sei nem quem é o prefeito de Goianésia, aqui nunca apareceu ninguém daquele município para “olhar” por nós.

Se não fosse a prefeitura de Jacundá, não sei o que seria de nós, ainda bem que Deus “toca” no coração desses homens que administram Jacundá. Espero que um dia Porto Novo seja de Jacundá, talvez assim o serviço melhore cada vez mais”, concluiu Lúcia.

O morador João Alves de Oliveira, o “João Garapa” explicou que “nesses 23 anos que eu moro aqui, se não fosse a prefeitura de Jacundá, isso “seria muito triste”, só para você ter ideia, anos atrás a gente tinha que ir de barco até Tucuruí e de lá ir para Belém, vivemos uma época de muitos sacrifícios, para não dizer que a prefeitura de Goianésia nunca fez nada por nós, em 2001, eles trouxeram um barco e construíram um galpão de madeira, o barco se acabou o galpão apodreceu e o pessoal de Goianésia nunca mais deu “as caras” por aqui. Nós estamos iguais a um filho que é abandonado e alguém pega para “criar”.
Agradeço ao Dino o que ele tem feito por nós, já que ele faz o que pode, pois não tem a obrigação por motivo de que o Porto Novo pertence à Goianésia”, definiu Garapa.

Uma das lideranças políticas de Porto Novo, o senhor Antônio Ferreira Nunes, o “Antônio da Colônia” ao fazer a sua explanação, falou que “desde 1986 é que nós estamos aqui nessa região por causa da pesca e até o presente momento só quem faz alguma coisa por nós é Jacundá, você pode ver a estrada, a eletrificação rural, as escolas, o posto de saúde, o policiamento, a educação e a saúde, tudo é feito por Jacundá.

Isso já vem desde o tempo do “Padeiro”, sou favorável à incorporação de Porto Novo à Jacundá, até porque é Jacundá quem banca tudo, pena que os benefícios (FPM e royalties) sejam “levados” para Goianésia.

Acho que os políticos deveriam se esforçar no sentido de “arranjar” um mecanismo legal para que Porto Novo pertença definitivamente ao município de Jacundá, não podemos ficar nessa situação de maneira indefinida, como será o futuro de nossos filhos e netos, será que ninguém vai se interessar por esse assunto que é muito importante para o desenvolvimento de nossa Vila.

A prefeitura de Goianésia do Pará nunca mandou algum funcionário para saber de nossas necessidades, se a estrada “corta” o Dino manda arrumar, se falta medicamento no posto de saúde, o Dino manda vir, se falta professor na escola, o Dino resolve o problema, tudo é feito por Jacundá.

Não podemos cobrar nada da prefeitura de Jacundá, hoje o Dino faz as coisas por nós na base da amizade, para não ver centenas de pessoas desamparadas e sem ter um norte para caminhar. Tenho a esperança de que um dia, com fé em Deus, ainda vou ver a nossa Vila incorporada ao município de Jacundá, aí as coisas serão melhores para todos nós.

Vamos esperar o tempo passar e aguardar um desfecho feliz para os moradores daqui”, resumiu Antônio. A senhorita Leiliane da Silva Castro, que mora no Porto Novo há mais dez anos, ao receber a nossa equipe de reportagem, falou que “se depender da prefeitura de Goianésia a gente não vai nem poder se deslocar para outro local, quando a estrada sofre o impacto das chuvas, quem nos socorre é o prefeito de Jacundá, tudo aqui é feito pelo Dino, se não fosse assim não sei o que seria de nós.

Agora mesmo, preocupado com a questão da água, o prefeito Dino deixou a população “escolher” através do voto, quem iria administrar a central de abastecimento, e quem conseguiu o maior número de votos foi o senhor Divas. Graças a Deus, ainda bem que existe quem olhe por nós, a nossa mágoa é que a administração de Goianésia não faz nada por nós.

A prefeitura de Jacundá está de parabéns por ter nos “adotado”, assim vamos levando a vida de um jeito mais tranquilo, esperando que a incorporação de Porto Novo à Jacundá se torne realidade e o desenvolvimento atinja toda a sua plenitude”, frisou Leiliane.