O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (10) que o tratamento do câncer do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em hospital particular "amplia o debate" sobre o tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os direitos de quem paga um plano médico particular.
"É muito comum as pessoas pagarem plano de saúde ao longo da sua vida e, na hora do tratamento de câncer, sabe quem salva essas pessoas? É o Sistema Único de Saúde. Porque há muitos planos de saúde que não arcam com tratamento mais caro, como câncer", afirmou Padilha durante o programa "Bom Dia Ministro".
A divulgação de que o ex-presidente foi diagnosticado com um tumor na laringe e começou poucos dias depois o tratamento no hospital particular Sírio-Libanês, em São Paulo, fez com que muitos o criticassem, sugerindo que deveria usar o atendimento público de saúde, o SUS. Em redes sociais como o Facebook e o Twitter, o tema gerou discussões sobre o serviço público. O assunto chegou a se tornar um dos mais populares no Twitter.
De acordo com o ministro, uma pessoa que paga durante trinta anos um plano de saúde como o ex-presidente Lula tem o direito de receber o melhor tratamento e o plano tem o dever de oferecer o melhor.
Padilha comentou ainda que o SUS é responsável por 80% dos tratamentos de câncer no país e que a atual situação de Lula “vai ajudar com que a gente acabe com o preconceito e estigma sobre o câncer, vai ajudar as pessoas a terem mais coragem de fazer o diagnóstico precoce”.
Programas
O ministro da Saúde explicou também o programa ‘Melhor em Casa’, lançado na última quarta (8) por ele e pela presidente Dilma Rousseff. O programa prevê que os pacientes do programa recebem leito hospitalar e tratamento médico em casa.
Padilha afirma que município ou estado devem apresentar o pedido de contratação de equipes. O ministério, então, irá cadastrar essas equipes – de médicos, enfermeiros, terapeutas, fonoaudiólogos - e repassar recursos para atuação dos profissionais.
Ele ressaltou ainda que vai haver fiscalização rigorosa na liberação das verbas e que os municípios devem atualizar o cadastro mensalmente. Caso contrário, os profissionais serão descadastrados e os recursos não serão repassados, afirmou Padilha.