Os professores da rede estadual de ensino prometem manter a greve iniciada em setembro, que hoje completa 45 dias. A paralisação ruma sem acordo com o governo, enquanto as exigências quanto ao piso salarial não forem atendidas.
Os grevistas dizem que a implantação do PCCR pelo Estado não pode ser desligado do piso nacional da categoria. Atualmente, o piso do professor paraense da rede estadual está entre R$ 1.089 e R$ 1.100 e, segundo Nilson Pinto, até outubro o MEC poderá repassar o aporte de 30% que falta para complementação do piso nacional, que é de R$ 1.187. A discordância entre as partes é de R$ 27.
Durante a assembleia que reuniu centenas de professores no Centro Social de Nazaré, a categoria ainda sinalizou a possibilidade de realização de um ato público na próxima quarta-feira. Nesse mesmo dia, os professores pretendem se reunir com o governo para tentar novamente um acordo. “Já protocolamos o pedido de audiência”, informou a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Conceição Holanda.
Na quinta-feira, haverá uma nova assembleia para definir os rumos da categoria. Caso não aja acordo entre as partes, a probabilidade de a greve continuar é real. “O sentimento é de continuidade”, declarou Holanda. No caso de os profissionais voltarem aos postos de trabalho ainda este ano, sem resolução das demandas exigidas, já se cogita a possibilidade do ano letivo de 2012 iniciar em meio a uma nova greve. “Seria a quinta consecutiva”.
APELAÇÃO
Segundo o advogado do sindicato, Walmir Brelaz, o Sintepp já entrou com um pedido de apelação da decisão do Juiz da 1ª Vara Cível de Belém, Elder Lisboa, que determina o retorno dos professores às salas de aula, em vigor desde a última segunda-feira. “Entramos com uma apelação da decisão no TJ (Tribunal de Justiça do Estado) que será julgado por outro juiz”, disse, ao informar que, além da possibilidade de desconto dos dias parados, a categoria ainda corre o risco de pagar uma multa diária de R$25 mil, caso continue em greve.