Mais de 100 pessoas, entre simpatizantes do “Sim”, do movimento pró-Carajás, recepcionaram a equipe de jornalismo do Jornal Nacional, da Rede Globo, no saguão do Aeroporto João Rocha, em Marabá, na noite desta segunda-feira (28). O grupo se organizou pela internet, no Facebook e Twitter e por mensagens, logo que Willian Bonner confirmou que o jatinho do JN no Ar estava decolando de Brasília para iniciar reportagem sobre o plebiscito no Pará.
O avião pousou no aeroporto local por volta das 21h40, sendo que a produção da TV Liberal, afiliada da Globo, já estava na pista aguardando o desembarque da equipe liderada pela setorista de política Cristina Serra, jornalista paraense, mas que trabalha para a emissora dos Marinho, em Brasília (DF). Coube a ela a missão de fazer a série de reportagens, a partir de Marabá, Santarém (no oeste do Estado) e Belém.
Políticos, empresários, membros da Comissão Brandão e outras pessoas aguardavam desde às 21 horas no aeroporto, trajando camisetas e portando bandeiras e faixas favoráveis à criação do Carajás.
Antes de Cristina Serra chegar ao saguão, um funcionário da TV Liberal saiu primeiro e confirmou que a jornalista sairia por ali normalmente, sem evitar o assédio, mas pediu que as pessoas não a sufocassem.
Quando ela finalmente saiu, logo foi abordada por pessoas lhe entregando presentes, como o livro dos fundamentos econômicos para a redivisão, do economista Célio Costa, camisetas e livretos pró-Carajás, os quais ela recebeu de forma educada, mas foi logo dizendo que não poderia usar nada do que recebeu, devido a sua missão ser isenta, sem lados. Enquanto isso, as pessoas gritavam “Carajás, sim” a plenos pulmões.
BRASIL
Antes de deixar o aeroporto rumo ao hotel, Cristina Serra aceitou falar ao CORREIO DO TOCANTINS, e respondeu que o interesse na pauta nasceu do fato de que o plebiscito, apesar de ser no Pará, pode modificar o mapa do Brasil e que, portanto, o resto do País precisa entender o que está acontecendo.
“Queremos mostrar os argumentos contra e a favor. Como jornalistas não podemos e não devemos tomar partido. Queremos mostrar isso para o resto do Brasil. É algo inédito para o País. O plebiscito tem uma importância enorme, histórica”, pontuou, destacando que a maioria dos brasileiros não entende o que é a realidade do Pará.
A jornalista é paraense, iniciou a carreira em Belém, mas hoje está radicada em Brasília, onde tem o seu título eleitoral, ao que respondeu ao CT, que não vai votar no plebiscito. Sobre a recepção que teve no aeroporto, ela disse que imaginava que isso aconteceria. “Eu já sabia que o clima entre os envolvidos estava bastante quente, que este é um tema que desperta paixões e isso é compreensível”.
Sobre Marabá, ela respondeu que o destino foi escolhido devido ao fato de que é a cidade é a candidata natural a capital, no caso da criação do Carajás, assim como Santarém no Tapajós. Economia, cultura e contrates vão estar nas reportagens que começam a ser produzidas com o trabalho de duas equipes a partir de hoje.
“Espero que eles mostrem a realidade das coisas. Relembrem que foi o Estado Brasileiro que nos chamou a ocupar esta região e que agora nos chama de forasteiros”, comentou o advogado e pecuarista Sérgio Ribeiro Corrêa. A também advogada Claudia Chini disse não acreditar que a reportagem da Rede Globo vá ser tão isenta quanto apregoa Cristina Serra, mas que vai ficar vigilante quanto a isso.