Equipe de pesquisadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular, em Portugal, decifrou o mecanismo de ação da molécula anophelin, produzida pelo mosquito Anopheles, transmissor da malária, e responsável por evitar a coagulação do sangue do hospedeiro.
A investigação, liderada por Pedro Pereira, pode permitir o desenvolvimento de moléculas em laboratório que tenham função anticoagulante para tratar doenças trombóticas de forma mais eficaz em humanos.
Apesar de não ser a única molécula com propriedades anticoagulantes, a anophelin é menor e mais simples do que as outras, sendo ao mesmo tempo bastante eficaz. Esta eficácia só tinha sido observada em moléculas muito maiores, segundo os pesquisadores.
A equipe afirma que a vantagem deste tipo de molécula em relação a outros fármacos utilizados como anticoagulantes é que estes não atuam diretamente sobre o processo de coagulação, enquanto a molécula age sobre a última enzima da cascata de coagulação, sendo assim mais eficaz, mais segura e não apresentando tantos efeitos secundários quanto as outras opções.
Pereira e seus colegas acreditam que o desenvolvimento de uma molécula sintética baseada na anophelin para fins terapêuticos, é uma possibilidade, pois o tamanho pequeno é mais fácil de ser imitado por compostos criados artificialmente.
O estudo foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.