Mais de 2,6 mil orelhões devem ser desligados no Pará por estarem praticamente sem uso. Com essa redução, a quantidade de telefones públicos no Estado deverá cair de 33,3 mil para 30,7 mil, segundo os dados prévios do estudo técnico realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em todo o território nacional, pelo menos 188 mil podem ser desativados por se mostrarem desnecessários, sendo 11,3 mil deles na região Norte.
A redução pode ser ainda maior quando o estudo técnico for concluído. A Anatel indica que a evolução dos serviços de telecomunicações pode resultar em uma diminuição de até 538 mil dos 950 mil telefones públicos que existem no País. Os dados iniciais apontam redução do tráfego envolvendo os orelhões em cerca de 40% ao ano, além da redução da receita média por orelhão, que hoje não chega a R$ 15,00 (de R$ 10,00 a receita média mensal por orelhão da Oi e de R$ 14,00 da Telefonica).
Assim que o estudo técnico for finalizado, a agência colocará em consulta pública, até o fim de março, um estudo com perguntas à população sobre a evolução tecnológica da telefonia fixa e a possibilidade de mudança de regras para redistribuição e redução de orelhões no País. A telefonia pública atual utiliza tecnologia de 20 anos atrás, que tem dificuldades desde a funcionalidade, de cobrança e até mesmo de acesso.
É o primeiro passo para a desativação de mais 350 mil aparelhos, mantendo em uso telefones públicos que serão turbinados com nova tecnologia e funções, como os que devem permitir ligações de voz, contar com videofone, com acesso à internet, transmissão de mensagens de texto (SMS) e Wi-Fi. Com isso, o acesso sem fio poderá ser feito por notebooks, smartphones e tablets, a partir dos orelhões.
Concentração - O estudo prévio aponta que os orelhões estão concentrados nos grandes centros urbanos. Menos de 140 mil estão instalados em vilarejos entre 100 e 300 habitantes, como determina a legislação. Na maior parte, estão localizados em cidades onde o morador conta com oferta de celular de três empresas. Os dados apontam que 49% dos orelhões, ou cerca de 420 mil, fazem menos de 60 chamadas ao mês ou menos de duas ligações ao dia.
A proposta da Anatel é abrandar os parâmetros técnicos, o que permitiria a redução do número de orelhões. Mas em contrapartida as empresas teriam obrigações com a melhoria dos aparelhos e oferta de novos serviços, como o de banda larga. De acordo com a Anatel, o trabalho de revitalização da planta de 950 mil orelhões em todo o País identificou que a taxa de disponibilidade desses orelhões que ficava em torno de 70%, ao final de 2012 ultrapassava 95%. Essa mesma evolução pode se ver nos Estados da região Norte, inclusive no Pará, onde a disponibilidade chegou a marcar 60% e em dezembro alcançou 92%.
As metas da anatel e os números no país
ï® Ligações completadas: Pelo menos 93% das ligações locais devem ser completadas
ï® Erros em conta: Não poderão ser superiores a 2,5 para cada mil ligações atendidas pelas centrais: a meta é de 95%.
ï® Tempo para atendimento: Chamadas para as centrais têm que ser atendidas em até 20 segundos, e quando o consumidor optar por falar com atendentes, não poderá esperar mais que 60 segundos
ï® Reparo: No mínimo em 98% dos casos, as empresas deverão atender as solicitações de reparo entre 24 horas e 48 horas
ï® Telefones fixos no País: 44 milhões
ï® Variação: Crescimento de 2,3% ante 2011
ï® Total de reclamações na Anatel: 2,158 milhões
ï® Reclamações sobre telefones fixos: 634 mil ou 29,42%
Gestão: Telefonia fixa terá metas mais rígidas
Depois de quase dois anos de estudo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou ontem o novo Regulamento de Gestão de Qualidade da Prestação do Serviço Telefônico Fixo, que exige que, em 120 dias, as empresas ofereçam aos usuários serviços de melhor qualidade. Uma das determinações é que pelo menos 93% das ligações locais sejam completadas. Para chamadas interurbanas (DDDs) e internacionais, o índice é de 92%.
As novas normas foram aprovadas pela diretoria da agência em 20 de dezembro do ano passado, após consulta pública entre abril e maio de 2011. As operadoras terão de fazer pesquisa de satisfação junto aos clientes, além de cumprir os indicadores técnicos. O número de erros em conta, um dos maiores motivos de queixa dos usuários, não poderá ser superior a 2,5 para cada mil. Os call centers precisarão ser melhores ou contar com mais postos.
Agência quer 95% das ligações atendidas
A meta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é que 95% das ligações feitas pelos usuários no País sejam atendidas. O gerente de Acompanhamento da Qualidade da Telefonia Fixa, Marco Antonio Santana Gomes, disse que as chamadas para as centrais têm de ser atendidas em até 20 segundos e que, quando o consumidor optar por falar com os atendentes, não poderá esperar mais do que 60 segundos.
A central de atendimento da agência recebeu entre janeiro de novembro de 2012, 2.158 milhões de reclamações. Destas, 634 mil, ou 29,42% do total, eram sobre problemas na telefonia fixa. Em outubro, as principais queixas eram sobre falhas na cobrança, reparos e mudanças de endereço não realizados pelas empresas. Outra meta é que, no mínimo em 98% dos casos, as empresas terão de atender à solicitação de reparo entre 24 e 48 horas para os assinantes residenciais. No caso de clientes não residenciais, o prazo é menor: de oito a 24 horas.