O ex-jogador Walter Casagrande Jr., comentarista da TV Globo, lançou nesta terça-feira o livro em que conta a própria história : "Casagrande e seus demônios". Apesar de ter falado abertamente sobre a dependência química e relatado detalhes da luta contra as drogas, ele ainda tem dificuldades para encarar a própria história. Tanto que ainda não conseguiu ler o livro, escrito pelo jornalista Gilvan Ribeiro.
-Eu não consegui ler o livro ainda, é difícil para mim, é complicado, não tive muita coragem de ver minhas história, é difícil de vivenciar. Tenho tudo na memória, mas ler ainda não tive coragem. Estou ouvido opinião das pessoas que já leram e acho que está muito legal - revelou.
A ideia de contar sua vida surgiu durante o tratamento e, nas mais de 200 páginas, não faltam histórias emocionantes e também chocantes, segundo o narrador e amigo Galvão Bueno.
- Você vai se chocar - disse Galvão, ao saber que o colega não havia lido a própria publicação.
Casagrante conta que abriu o coração e elogiou o autor do livro, amigo e ex-colega.
- Fui muito sincero, muito verdadeiro. O Gilvan Ribeiro, que é o jornalista que escreveu o livro, conseguiu passar para o papel exatamente (...) é difícil você passar do jeito que a pessoa fala e passar o emocional da coisa. Ele conseguiu fazer muito bem - disse.
Galvão Bueno elogiou Casagrande pela atitude e, após ter lido o livro, garantiu que a história é impressionante.
- Vai impressionar, vai chocar muita gente. Mas vai ser uma grande lição de vida, uma lição de como um homem, por amor aos seus filhos, a sua familia, a sua profissião e a sua história. Ele sai do mais absoluto fim do poço e volta para ser o Waltinho da família, o Casão dos amigos, o Walter Casagrande Jr. de milhões e milhões de torcedores do Corinthians e do futebol brasileiro - descreveu.
Casagrande concordou com Galvão, mas acrescentou: ele fez tudo que fez por amor a si mesmo. Uma luta que, segundo ele, continua diariamente.
- O mais importante é o amor a minha vida. Eu só tinha uma carta na manga: ou jogava aquela carta ou ficava sem jogo, sem vida. Joguei, apostei, estou apostando hoje, estou jogando a cada dia. Mas está um jogo mais tranquilo, com a força dos amigos e a força de vocês, aqui na TV, principalmente - afirmou.
Para o comentarista, a volta ao trabalho foi fundamental, após o período afastado para tratamento, e têm sido importantíssimo até hoje.
- Uma das melhores coisas que tem na minha vida é quando a gente viaja para fazer um jogo, quando vou ao Pacaembu fazer um jogo. Me sinto muito bem, me sinto seguro, me sinto à vontade. Uma das partes muito importantes de minha vida é meu trabalho, é onde encontro muita força para continuar adiante - afirmou.