Após uma análise sobre o modo de vida, eles encontraram uma luz no fim do túnel, a união. Foram à luta, aprenderam a trabalhar com a terra, criaram uma associação e passaram a comercializar seus produtos que hoje chegam ao mercado local e à merenda escolar das escolas públicas de Jacundá.
Ao contabilizar para este ano a entrega de 33 toneladas de alimentos produzidos, as famílias ligadas à Associação de Moradores da Vila 4 Bocas, sediada à Estrada do Lago, vicinal 11, comemoram a conquista em direção a permanente melhoria de vida, que a cada dia se torna acentuada na vida pessoal e profissional dos associados.
"Toda essa produção vem da agricultura familiar", explica o presidente da AMVILA, José Rubens. Edileuza Alcântara, uma das pioneiras do projeto, descreve que o primeiro passo das famílias foi aprender a plantar. "Não sabíamos trabalhar sem queimar a terra, buscamos orientação junto à Emater que nos ensinou técnicas de plantio sem o uso intensivo do fogo".
Com um pomar que alcança 3 mil pés de cupuaçu, cacau, açaí, banana e goiaba, a pequena propriedade tocada com ajuda dos filhos também produz mandioca, feijão, milho e arroz e ainda um plantio de 900 pés de urucum complementam a renda familiar.
Instalado no Sítio Capixaba, de propriedade de dona Edileuza, está uma despolpadeira de frutas e um pequeno laticínio. Rubens explica que a situação de vida dos associados está melhorando gradativamente, pois "antes vendíamos um litro de leite por R$ 0,47 centavos e hoje é comercializando a R$ 0,70 centavos". "Isso vai melhorar ainda mais" diz o vereador líder do governo Cledemilton Araújo.
Segundo ele, a Câmara de vereadores já aprovou a Lei que cria o Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Com a lei, a entidade terá autorização para produzir e comercializar outros produtos. E, principalmente, a produção frutífera da região começa a ser aproveitado pela associação.
O Sítio Ouro Verde, localizado a 30 quilômetros da sede da entidade, é forte produtor de cupuaçu, o ribeirinho Benedito Evaristo Silva, 60 anos, deu inicio ao plantio de cupuaçu em sua propriedade com cerca de 8 mil pés de arvores plantados. ''Não tínhamos condições de escoar toda a produção, mas agora já conseguimos vender para a associação'' cita o produtor.
"Um dos maiores incentivadores desse projeto é o nosso prefeito Dino Altoé e o vereador Cledemilton que além de doar as mudas ainda nos ajudou até mesmo na legalização da associação e também na construção da nossa indústria de polpa. Com os resultados positivos, a família pode comprar móveis e utensílios até realizar sonhos de formar os filhos. Verônica está na faculdade, como também o irmão Jhonattan. Este havia saído de Jacundá para trabalhar fora e voltou para ajudar a mãe. 'É uma grande felicidade", comemora dona Edileuza.