Mais de 1,25 milhão de pessoas participaram nesta quinta-feira (20) de protestos realizados em mais de 100 cidades brasileiras, pequenas, médias e grandes. Na maior parte dos casos, foram passeatas pacíficas, mas houve confrontos entre polícia e grupos minoritários em diversas cidades, como Rio de Janeiro, que reuniu o maior público (300 mil pessoas), e em Brasília, onde manifestantes atacaram o prédio do Itamaraty. À noite, a presidente Dilma Rousseff pediu para que todos os ministros ficassem em Brasília e convocou reunião para esta sexta.
Além de dezenas de feridos, a mobilização nacional registrou uma morte: em Ribeirão Preto (SP), um jovem foi atropelado por um carro que avançou sobre manifestantes e não resistiu. Em São Paulo, 100 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista pacificamente, mas houve confrontos isolados entre militantes de partidos e pessoas que se dizem sem partido.
Em Marabá
Cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação pacífica em Marabá. O protesto com ligação direta ao que está acontecendo por todo o país, iniciou por volta de 17 horas, saindo do Ginásio Olímpico de Marabá “Renato Veloso”, passou pelo Hospital Municipal, Superintendência de Polícia Civil e de lá partiu em direção à Prefeitura Municipal, onde houve uma grande concentração e discursos.
Em Parauapebas
Segundo a Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação que teve início em frente ao prédio da Câmara Municipal e seguiu em cortejo até a portaria de acesso a Carajás.
Informações do Tenente Coronel Mauro Sergio, comandante do 23º BPM, dão conta que quando já era noite e a manifestação contava apenas com a metade do público inicial, alguns destes tentaram interditar a portaria de entrada a Carajás.
A movimentação teve reação imediata de motoristas e houve um princípio de confronto entre motoristas e manifestantes. A PM interviu usando força proporcional (palavras do comandante) quando alguns manifestantes tentaram incendiar um ônibus que transportava trabalhadores de Carajás. Cinco pessoas foram presas.
Em Belém
O número de manifestantes reunidos na passeata de Belém, segundo estimativa da Polícia Militar eram cerca de 12 mil pessoas. Policiais da tropa da Guarda Municipal ocuparam a prefeitura de Belém nesta quinta-feira (20), após uma minoria dos manifestantes que participam da caminhada pela melhoria dos serviços públicos terem hostilizado o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho e terem iniciado a depredação da seda da prefeitura. Diante da confusão, milhares de manifestantes gritavam "sem violência".
Pedras atingiram os vidros do prédio do Palácio Antônio Lemos. Segundo a prefeitura, a parede da lateral esquerda foi pichada. Várias explosões ocorreram na frente do palácio, dando início a uma grande correria. Apesar da confusão, a maioria dos manifestantes permaneceram no local. Policiais Militares revistaram manifestantes em busca de armas improvisadas e artefatos explosivos.
Em Tucuruí
O 1º ato de protestos de Tucuruí, reuniu cerca 5 mil pessoas que percorreram as ruas da cidade de forma pacífica. Percorreram 6 km até a sede dos prédios Câmara, Prefeitura, da Promotoria de Justiça e do Ministério Público de Tucuruí.
Entenda
A série de protestos em junho começou como reação ao aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem em São Paulo e Rio. Desde o dia 3, o Movimento Passe Livre (MPL) na capital paulista convocou sete grandes atos pela revogação do aumento. No Rio, foram seis manifestações até esta quinta. Conforme os movimentos cresciam nas duas capitais, a mobilização se disseminou pelo país. Nesta semana, a demanda de redução da tarifa foi atendida por prefeitos e governadores de São Paulo, Rio e mais de dez cidades.
Porém, o protesto que começou com o reajuste de R$ 0,20 cresceu e ganhou outras bandeiras, como o fim da corrupção e da violência policial, melhorias no transporte, na saúde e na educação e os gastos excessivos com a Copa do Mundo. O ato desta quinta-feira foi mantido como comemoração da conquista. Mas, sem liderança definida nas grandes cidades, os protestos tomaram rumos diferentes, se separaram e as tentativas de diálogo com as autoridades fracassaram.