O ato é praticado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e, segundo Doraci da Hora, coordenadora do movimento, o ato faz parte do calendário de ações do MST em todo o país tendo como motivação a pauta de reivindicações : Reforma Agrária, educação e saúde. Direitos que ela qualifica como “decepcionante no país”.
“Se existem tantas outras frentes protestando por pautas distintas, nós que convivemos com as deficiências dos governos também estamos na luta”, explicou Doraci, dizendo que os direitos dos trabalhadores rurais sem terra nunca foram respeitados pelos governantes.
Nossa equipe de reportagem esteve em um dos pontos onde se concentra a manifestação do MST na Rodovia PA 275, entre Curionópolis e Parauapebas, cidades no sudeste do Pará, ponto em que fica o Acampamento Frei Henri, abrigando cerca de 2 mil pessoas acampadas há 3 anos e, segundo Doraci, sem a resposta esperada do governo. “Até agora o governo nos ignora. Estamos de frente para uma área pública que já deveria ter sido desapropriada”, lamenta Doraci.
A área pública a que ela se refere é a fazenda Marambaia, de propriedade do pecuarista José Ulisses Guimarães, alvo de cobiça dos acampados e motivo de conflito em maio de 2010.
A rodovia está interditada nos dois sentidos, provocando gigantescas filas de carros,caminhões, motocicletas e veículos de transporte de passageiros .
Outra rodovia alvo de protesto do MST no Pará é a BR 155, antiga PA-150, interditada em três pontos. Um deles próximo a Marabá, no Acampamento Elenira Rezende; outro no Acampamento João Canuto, próximo a Sapucaia; e o terceiro no Acampamento Dalcides Jurandir, próximo a Eldorado do Carajás.
As rodovias devem permanecer interditadas durante todo o dia.