A Câmara de Vereadores, o Procon e o Ministério Público Estadual de Jacundá ouviram de consumidores da concessionária de energia do Pará, a Celpa, uma lista de reclamações. A audiência pública foi realizada nesta terça-feira, 20, na Câmara Municipal de Jacundá, e contou com a presença de representantes da sociedade organizada, mas sem representação da concessionária.
O presidente da Câmara Lindomar, disse que a reunião foi provocada após os parlamentares receberem dezenas de reclamações de clientes da Celpa. “Todos os dias somos cobrados pela população para intermediar uma reunião com a Celpa, pois os problemas causados pela ineficiência na prestação dos serviços têm causados transtornos e prejuízos financeiros para muitas famílias”. Ele disse ainda que a situação se agravou depois que a empresa passou a ser administrada por novos donos. Isso aconteceu depois que o grupo Rede Celpa entrou em falência.
Em Jacundá, segundo os consumidores, os principais problemas são leitura de consumo fora do prazo, entrega de contas após o vencimento, corte de fornecimento de energia as sextas-feiras, além de religação ou reestabelecimento de energia com mais de 72 horas de atraso. “Todas as demandas serão elencadas pelo grau de prioridade”, explicou o promotor Antonio Manoel, que pretende ingressar com uma ação contra a concessionária.
Mais de 60 famílias moram no Projeto de Assentamento Jacundá, localizado a cerca de 50 quilômetros da cidade. Lá, a maioria dos produtores comercializa leite resfriado. “E quando a energia oscila ou algum problema interrompe o fornecimento, a Celpa demora muito a consertar, o que tem causado sérios prejuízos para nós”, à denúncia é do presidente da Associação dos Moradores, Acácio Santos, que pediu ajuda aos interlocutores.
Outro consumidor que fez reclamação formal e entregou um abaixo-assinado a promotoria foi Francisco Alves, do bairro Bela Vista. “Frequentes quedas de energia atinge o nosso bairro e também a Celpa corta o fornecimento de energia às sextas-feiras e o que é mais grave é que alguns clientes nem recebem suas cobranças”.
O responsável pelo Procon de Jacundá, Vinicius Veiga, informou que o órgão tem recebido uma média de três a cinco reclamações de consumidores por semana. “Não temos a competência de fiscalizar, apenas de conciliar a solução dos problemas, porém, depois que a Celpa mudou de dono essa intermediação foi interrompido”.
Com a ausência de representantes da empresa durante a audiência pública, um documento será providenciado pela promotoria a ser encaminhado à Celpa, que não se manifestou sobre a reunião.