Um órgão sexual feminino gigante com todos os detalhes do sistema reprodutivo e embrionário. Esse foi o desafio que a turma do 1º Ano do ensino médio do Colégio Objetivo de Jacundá, que realizou na noite de sábado, 9, a IX Feira Cultural com o tema “Ciência, cotidiano e identidade paraense”, encontrou para explicar aos visitantes como surge a vida. O tema despertou a curiosidade e causou polêmica.
Em meio à apresentação de danças regionais e musicais, curiosidades folclóricas e até com direito a pedido de noivado em público, a feira cultural teve ainda exposição de trabalhos de várias turmas do ensino fundamental e médio. “Mas nenhuma com tanto realismo como vi nesta sala”, descreveu a mãe Raquel dos Santos.
Na porta da sala do primeiro ano um cartaz informava: “Sejam bem-vindos à vagina! Penetre com cautela”. O tom vermelho caracterizava o interior do órgão sexual. Em seguida, o visitante encontrava outra advertência: “Colo do útero. Mais cautela ainda!”. Daí em diante, a pessoa entrava na sala que foi preparada cuidadosamente em tecido na cor vermelha. Uma caixa de som emitia os batimentos cardíacos.
Molécula de DNA, anatomia dos gametas, espermatozóide e óvulo, ciclo sexual feminino, fecundação e segmentação, fases de mórula e blástula, clonagem e células-troncos, gástrula e nêurula, desenvolvimento fetal e, para quem considerou apelativo o termo “vagina que muitos chamam de boceta” e muitas outras palavras consideras de baixo-calão, o último grupo de alunos explica o termo correto de cada uma, como por exemplo, aquela palavra que escrevemos acima que deriva o órgão sexual feminino, cujo significado é “uma caixinha de guardar jóias. Isso é uma boceta”, explicou os alunos Jardel Ribeiro e André Tavares. Para detalhar tantos temas assim, a turma de 29 estudantes passou três semanas debruçada em pesquisas, modelagem de peças e preparação da sala, que teve de feto humano e animal durante a apresentação. “Tivemos a ajuda de um professor que conseguiu o feto humano de uma universidade pública”, disse a estudante Annehelle Narjara.
A ideia de apresentar o tema com riqueza de detalhes surgiu quando a turma estudava o tema: “a sexualidade e a reprodução humana e embriologia animal”. “Então, o professor de Biologia, Dinho Santos, propôs o desafio de transformar a sala num útero gigante”, Leonne Kelly. O sucesso foi tanto que uma fila se formou no corredor de acesso à sala e a entrada de pessoas foi limitada.