Combater a pesca predatória para preservar as espécies de peixes e garantir o fortalecimento da produção de pescado do Grande Lago de Tucuruí. Esse foi o primeiro resultado de uma reunião que aconteceu na quinta-feira, 16, na cidade de Jacundá, com a presença do governador em exercício Zequinha Marinho, Ideflor-Bio, Conselho Gestor da APA (Área de Preservação Ambiental), prefeitos e secretarias ambientais dos 7 municípios entorno do reservatório da Hidrelétrica Tucuruí.
Entre os problemas ambientais praticados contra a Área de Preservação Ambiental do Lago de Tucuruí está a pesca predatória. Entende-se sobre isso a pesca comercial em larga escala, a utilização de redes de pesca com malhas inferior a 8 milímetros, uso de pequenas dinamites e arpões. “Cada um desses métodos de pesca dizima milhares de peixes que estão fora dos padrões de comercialização, sendo aproveitados apenas os peixes maiores, os quais estão ficando raros na região”, explica o secretário de Meio Ambiente de Jacundá, Cledemilton Araújo. Ele cita outra informação importante: caso seja adotado apenas o uso de rede de pesca com malha 8, em seis meses os cardumes aumentam em quantidade e os peixes têm ganhado peso, o que é economicamente bom para o pescador.
Anfitrião do evento, o prefeito Izaldino Altoé, o Dino, informou que a pesca predatória é um problema ambiental que precisa ser combatido. “Esse trabalho de fiscalização tem que ser feito com os 7 municípios e apoio do Governo do Estado. E também que seja uma fiscalização permanente”. Para amenizar a situação na região, o prefeito sugeriu a implantação de um centro de alevinagem para repovoar os rios e igarapés que desembocam no Lago.
O governador em exercício Zequinha Marinho disse que é necessário “encarar cada luta como deve ser encarada”, em referência a situação vivenciada pela população formada por 370 mil famílias residentes entorno do Lago. Ele frisou ainda que “essa audiência foi o pontapé inicial para combater o problema”. Zequinha pontuou que é necessário aparelhar o sistema, licenciar atividades de criação de pescado e promover políticas púbicas eficientes.
Thiago Valente, presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), considerou a reunião positiva, principalmente pelo fato de os municípios afetados estarem preocupado com o futuro das comunidades. “Viemos aqui ouvir, pontuar os problemas e procurar soluções em parcerias com os agentes envolvidos”.
O prefeito de Itupiranga, Beijamin Tasca, considerou importante a exposição das estatísticas apresentadas durante a reunião pelo Conselho Gestor da APA. Enquanto a prefeita do município de Novo Repartimento, Valmiria Lima, fez uma avaliação positiva do encontro e informou que seu município trabalha em parceria com a Colônia de Pescadores e criou a secretaria de Pesca para atender o setor.
Ao final da reunião ficou definido a elaboração de um Termo de Cooperação Técnica com as 7 prefeituras, Idelfor-Bio, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e Eletronorte. Porém, a responsabilidade da estatal ainda será discutida numa reunião a ser agendada pelo Governo do Estado.