Foi realizado nesta quarta-feira (27), na praça do Céu em Jacundá, mais uma formação do programa de educação em direitos humanos - Escravo, nem pensar! Educar para libertar. Que contemplou mais de 100 participantes entre eles diretores escolares, coordenadores da rede municipal do campo e cidade, professores do 4º e 5º ano, professores do campo e cidade nas áreas de Geografia e Estudos Amazônicos, professores do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e do Sistema Modular de Ensino (SOME).
Promovido pela Prefeitura Municipal de Jacundá, através da SEMED (Secretaria de Educação), a formação foi ministrada por Geuza Morgado representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT)-Marabá, que apresentou situações em que a pastoral vem desenvolvendo ao longo desses 40 anos, dando apoio as vítimas do trabalho escravo contemporâneo, especialmente a trabalhadores do campo.
Fundada em junho de 1975, a CPT vem proporcionando a erradicação do trabalho escravo e minimizando os conflitos no campo, que ainda se torna uma estatística infeliz para estado do Pará e o Brasil.
O termo escravidão, logo traz à tona a imagem do aprisionamento e da venda de africanos, forçados a trabalhar para seus proprietários nas lavouras ou nas casas. Essa foi a realidade do Brasil até o final do século 19, quando, por fim, a prática foi considerada ilegal pela Lei Áurea, de 13 de maio de 1888.
Mais de um século depois, porém, o Brasil e o mundo não podem dizer que estão livres do trabalho escravo atualmente. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que existam pelo menos 12,3 milhões de pessoas submetidas a trabalho forçado em todo o mundo, e no mínimo 1,3 milhão na América Latina.
O crime de trabalho escravo atualmente deve ser punido com prisão de dois a oito anos. A pena pode chegar a 12 anos se o crime for cometido contra criança ou por preconceito. A iniciativa acompanhou a legislação internacional, que considera o trabalho escravo um crime que pode ser equiparado ao genocídio e julgado pelo Tribunal Penal Internacional.