Foi sepultado na manhã de domingo, 31, o corpo da servidora pública bibliotecária Maria Beliza Gomes da Silva. Ela foi a primeira dama do município na gestão do primeiro prefeito de Jacundá, Inácio Pinto da Silva, que governou o município na década 60. Dona Beliza faleceu aos 84 anos de idade na cidade de Curitiba na quinta-feira, 28 de maio, por problemas respiratórios.
A mulher que foi a primeira das primeiras damas do município lutava contra um câncer de colo do útero. E as viagens para a capital do Estado do Paraná eram frequentes, onde buscava recursos médicos. Na madrugada de quinta-feira passada ao ser encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Boqueirão, em Curitiba, ela não resistiu ao quadro clínico de insuficiência respiratória aguda, neoplasia pulmonar secundário, além do agravamento cancerígeno, e faleceu às 6hs50min. Seu corpo foi translado para Jacundá onde foi velado na igreja Católica da comunidade São Francisco, Bairro Eletronorte.
Discreta, humilde e batalhadora. Esse era o perfil da mulher que casou muito nova com o então comerciante Inácio Pinto, teve seis filhos, 18 netos e 12 bisnetos. “Ela teve uma vida dedicada à família e sua profissão, da qual teve a ideia de escrever um livro relatando a história de Jacundá”, diz Inamaria Pimentel Pinto, professora da rede estadual, e filha caçula da bibliotecária, que trabalhou até durante décadas na biblioteca municipal da cidade.
Inácio Pinto foi primeiro prefeito eleito pelo voto popular após da fundação de Jacundá, em 1961. E no segundo mandato, Inácio administrou o município até 1971. E dona Beliza já trabalhava na biblioteca pública. “Após a transferência da sede do município, que saiu das margens do Rio Tocantins para às margens da rodovia PA-150, Dona Beliza continuou à frente da biblioteca”, lembra o historiador Lió Nunes, 85 anos.
O diretor do museu de Jacundá, Leoeze Nunes, destacou que “após o alagamento da cidade, que foi submersa em 1982, dona Beliza trouxe o acervo histórico e literário e fundou a nova biblioteca da cidade”. Em sua homenagem foi idealizada a “Sala de Leitura Dona Beliza”.
Sobre a obra literária escrita pela bibliotecária, a professora Inamaria disse que o projeto será idealizado. E que um dos filhos de dona Beliza, Inácio Pimentel Pinto, 45 anos, está revisando o material. “Apesar de ter conhecido os bastidores da política, ela nunca almejou cargo eletivo, mas pretendia contar a história de tudo aquilo que viveu e vivenciou”, finaliza Inamaria.