Um problema recorrente atormenta a população da cidade de Jacundá: a falta d’água. O problema não é a seca, como acontece nas regiões sul e sudeste do País, mas a falta de investimentos em infraestrutura por parte da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Desta vez, mais de 6 mil domicílios estão sem água nas torneiras desde o início da semana passada. E a previsão é que uma solução só venha a acontecer no final desta semana.
A água distribuída para as 3,2 mil residências cadastradas pela Cosanpa e outras 3 mil casas com ligações clandestinas é captada de uma barragem construída no leito do Rio Arraia. Durante a construção desse bloqueio pluvial, o leito foi desviado a 300 metros acima. Porém, quando houve seu retorno original, o aterro ficou vulnerável as fortes correntezas da água, que foi penetrando gradativamente até rompê-lo, pela primeira vez em janeiro deste ano. “Na ocasião houve interesse da companhia em contratar uma empresa para recuperar esse desvio, mas não houve acordo entre as partes”, explica um servidor da empresa estatal.
Com o desvio do leito, a barragem chegou ao nível do solo, obrigando o desligamento da bomba de sucção. Ainda segundo esse funcionário, que não pode ser identificado por questões de hierarquia, são necessários 200 mil litros por hora para abastecer as residências da cidade. “Foi feito um trabalho paliativo na ocasião, mas na semana passada aconteceu o mesmo problema, só que mais grave”.
O diretor regional da Cosanpa, o economista Paulo Barbosa, chegará nesta terça-feira, 2, a cidade de Jacundá para avaliar a situação e tentar uma parceria com a Prefeitura Municipal. Sobre a questão, o secretário de Obras e Infraestrutura de Jacundá, Agnaldo Pezzin, esteve no local em companhia de um servidor da companhia e também de representantes da comunidade jacundaense. “A responsabilidade é da Cosanpa, mas estamos dispostos solucionar esse problema o quanto antes, pois milhares de pessoas precisam dessa água nas torneiras”.
Avaliação Preliminar
Numa avaliação preliminar serão necessários mais de 1,8 mil m³ de aterro (material argiloso com seixo) para construir uma barreira na lateral do rio que rompeu com a força d’água. Para realizar essa obra emergencial o secretário estima que mais de 10 servidores da Prefeitura estejam envolvidos e 6 máquinas (caçambas, pá carregadeira, escavadeira e rolo compressor) serão retiradas de outras ações - como limpeza e reparos de ruas e vicinais - para solucionar esse problema.