O maior sindicato de base com sede no município de Jacundá, o Sintimaj – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Madeireiras, Construção Civil e do Mobiliário dos Municípios de Jacundá, Goianésia do Pará e Nova Ipixuna – levou seus filiados às urnas no dia 10 de junho para reeleger com 975 votos a atual presidente Rosana Nascimento, que iniciou seu 5º mandato consecutivo na semana passada.
Dirigente do sindicato que nos tempos áureos da exploração dos recursos florestais já teve em seu quadro mais de 4 mil filiados, Rosana começou como secretária-administrativa, em 1996. “Desempenhava função semelhante numa indústria madeireira quando fui convidada para trabalhar no sindicato, que teve uma eleição por aclamação. Na ocasião um companheiro foi indicado, mas foi rejeitado pelos trabalhadores que apontaram meu nome como presidenta”.
Resgatar a credibilidade da entidade foi o maior desafio. “A nossa sede era um casebre de madeira em ruínas, com poucos filiados e pouco trabalho de base”. Em 16 anos, Rosana mudou a cara do Sintimaj, mantém um diálogo com o setor patronal e investe no aspecto físico. Já construiu a sede com um auditório, construiu a sub-sede de Goianésia do Pará e adquiriu um terreno para fazer o mesmo em Nova Ipixuna. “Recentemente adquirimos uma área para futuramente construirmos a sede campestre dos trabalhadores”, destaca.
Sobre a importância do setor madeireiro para a economia desses municípios, Rosana explica que o sindicato teve mais de 4 mil filiados somente das indústrias que exploram esses recursos. “Com a diminuição da oferta de madeira, muitos empresários migraram para outros ramos da economia, como é o caso do setor ceramista. Em Nova Ipixuna são 10 indústrias, 4 em Jacundá e uma em Goianésia. Juntas empregam mais de 500 trabalhadores”.
Ela cita outro exemplo, o de um empresário de Jacundá que chegou a empregar mais de 900 pessoas em sua indústria madeireira, hoje tem pouco mais de 100. “Esse empresário passou a investir em outros setores da economia para compensar a retração do setor madeireiro”. Por outro lado, Rosana explica que atualmente existem dezenas de madeireiras em funcionamento, porém, com número menor de empregados. “Antes era comum vermos indústrias operando com 3 turnos, mas nos últimos anos operam com apenas 1 turno”.
Diálogo para reivindicar os direitos dos trabalhadores sem causar contendas com a classe patronal tem sido a principal arma utilizada pela dirigente sindical na hora de defender a classe. “Minhas reivindicações junto ao patronal são mediadoras, procurando mostrar que respeitar as leis o custo é bem menor”.
Desde 2011, audiências itinerantes da Vara do Trabalho de Marabá são realizadas na cidade de Jacundá, através de uma solicitação do Sintimaj ao Tribunal Regional do Trabalho de Belém, que trouxe mais comodidade para as negociações trabalhistas entre trabalhador e empregador. A ação envolve o Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho, e contempla todas as causas trabalhistas do município.