Foi encaminhado no início da tarde de quarta-feira (7) ofício ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Jacundá (CMDCA) solicitando a recontagem dos votos na eleição que aconteceu no domingo (4). O documento é assinado por 8 candidatos – suplentes e não eleitos. Cópia do ofício também foi entregue ao Ministério Público do Estado e Poder Judiciário, órgãos que acompanharam o processo eleitoral.
Aléia Nunes dos Santos, a Léia do Raimundão, a 6ª colocada no processo eleitoral, explica que seus colegas resolveram solicitar a recontagem dos votos em decorrência de algumas falhas detectadas antes e depois da eleição. Segundo ela, a primeira falha diz respeito ao procedimento de lacre das urnas. “As urnas já estavam lacradas quando nos apresentaram com o argumento que o Ministério Público havia realizado o procedimento”. Diz ela que os candidatos não tiveram oportunidade para acompanhar o processo de lacre das urnas. E durante a eleição, a candidata diz que vários fiscais transitavam pelo local de votação e também votaram com crachás de identificação sem o carimbo e assinatura da comissão organizadora.
Os candidatos queixosos argumentam também que a apuração dos quais 5,5 mil votos foi comprometida em decorrência da exaustão física dos membros da mesa apurada. “Era visível o cansaço das pessoas responsáveis pela contagem dos votos, que às vezes gritava um voto sem conferir a veracidade para quem era aquele voto e a interferência de candidatos e fiscais sobre alguma dúvida gerada durante a aferição de um determinado voto”, cita Leisângela Alves de Souza, candidata à reeleição.
No ofício protocolado ao CMDCA, o também candidato Janes Rodrigues da Cruz, enumera que foi solicitada a apuração detalhada dos votos válidos, nulos e brancos. “Teve situação gritante porque um eleitor marcou um “X” dentro do quadrado correspondente ao seu candidato e em seguida fez outro “X” no nome do respectivo candidato. E a mesa apurada considerou nulo o voto sem levar em consideração a vontade do eleitor”. “Apenas queremos uma apuração transparente e que seja dirimida qualquer dúvida”, pede o conselheiro e candidato à reeleição Jailson Moura Rodrigues.
Sobre os argumentos dos candidatos, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, advogado Fernando Oliveira, disse que o ofício será avaliado pelo órgão. Ele adiantou ainda que a Comissão Eleitoral Provisória, responsável pela eleição, foi destituída.
Diante da situação gerada, tanto o Ministério Público quanto o Poder Judiciário são favoráveis a uma recontagem de votos caso sejam aceitos os argumentos. De antemão, o promotor Sávio Ramon informou ainda que “aguarda um parecer do CMDCA”. Numa provável recontagem de votos, será solicitada mais uma mesa de apuração.