Às 6h de segunda-feira, 26, a dona de casa e aposentada Francisca dos Santos guardava sua vez numa fila que chegou a quase 100 metros de extensão e reuniu mais de 200 pessoas que buscavam o ressarcimento dos valores pagos pelos ingressos do show do cantor Amado Batista, previsto para acontecer na noite do dia 16, na cidade de Jacundá. A apresentação não aconteceu e o organizador do evento ainda chegou a registrar em Boletim de Ocorrência que devolveria o dinheiro no dia 26, o que não aconteceu. Os ingressos foram vendidos a R$ 30 (antecipados), R$ 40 (um dia antes do que seria o show) e R$ 50 na bilheteria.
“Assisti três vezes o show do meu cantor preferido. Essa seria a quarta vez, mas isso não aconteceu”, desabafa a dona de casa Francisca, que aguardou por 4 horas a chegada do promotor Valderir Mendonça da Silva, residente na cidade de Imperatriz (MA). Revoltados, os fãs do cantor brega Amado Batista chegou a bloquear a Rodovia PA-150, sobre a ponte do Rio Arraia, por cerca de 30 minutos. Pedaços de madeiras e pneus foram incendiados. “Chegamos logo para controlar a situação. E orientamos os manifestantes a procurar os caminhos legais, como a Justiça”, explicou o capitão Rogério Pereira, da 18ª CIPM.
No Fórum da cidade, um grupo foi recebido pelo juiz da Comarca de Jacundá, Arielson Lima. Segundo ele, a reivindicação dos fãs é justa e eles foram lesados. “Marcamos uma reunião preliminar que acontecerá na próxima quarta-feira (28) com os envolvidos na organização do show”. Arielson explicou para o grupo de fãs se “não houver a devolução amigável do dinheiro referente a compra dos ingressos pode-se ajuizar uma ação coletiva”.
Em âmbito de um inquérito policial aberto pelo delegado Sérgio Máximo, os envolvidos na promoção do show começaram a ser ouvidos. “Estamos apurando esse caso”, informou o delegado. Uma das pessoas que trabalharam para Valderir, o servidor público José Carlos, disse que foi contratado para organizar parte do evento. “Até eu fiquei sem receber pelos serviços prestados, aliás, muitas pessoas que também trabalharam antes e durante a preparação do que seria o show, ficaram sem receber pelos seus serviços. Todos nós fomos lesados”, finalizou.
A reportagem tentou contato telefônico com o responsável do show, mas o número celular levava as chamadas para a caixa postal. Até o fechamento desta edição não havia nenhuma informação sobre a devolução do dinheiro correspondente a quase 2 mil ingressos vendidos para o show de Amado Batista.