Com objetivo de diminuir o número de pessoas aliciadas para o trabalho escravo, a prefeitura de Jacundá, através da Secretaria Municipal de Educação SEMED, realizou no último dia 13 de novembro, palestras sobre trabalho escravo, com o tema: “Uma abordagem contemporânea junto a sociedade jacundaense”.
O evento reuniu mais de 100 pessoas que participaram da palestra ministrada pelo juiz titular da 2ª Vara Federal do Trabalho de Marabá - Dr. Jônatas dos Santos Andrade e a representante da Comissão Pastoral da Terra de Marabá (CPT) - Geuza Morgado. Foi realizado também apresentações culturais por alunos das Escola Centro Comunitário, por meio da turma do 5º ano que abordou o tema “Ciclo do Trabalho Escravo” e os alunos do Fundamental II do Teotônio Apinagés que apresentaram uma dança chamada de: Liberdade, juntamente com a música “Canto das três raças”, de Clara Nunes.
Com o objetivo de envolver a comunidade numa realidade cada vez mais presente a respeito do “Trabalho Escravo Contemporâneo”, em que se dever ter o engajamento de todos na luta contra essa violação aos direitos humanos, a representante da CPT, Geuza Morgado relatou situações em que a pastoral da terra vêm desenpenhando desde sua criação há mais de 40 anos, principalmente no apoio as vítimas do trabalho escravo, especificamente os trabalhadores do campo.
Criado em 2004, o Programa: escravo, nem pensar! Atua em 48 municípios de seis Estados: Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí e Tocantins, entre os municípios paraense são: Abel Figueiredo, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Itupiranga, Jacundá, Marabá e Nova Ipixuna.
A coordenadora do Programa Escravo Nem Pensar no município, Luciete Moreira lembrou da importância da comunidade escolar jacundaense estar inserida nesse projeto em que, “a abordagem sobre o trabalho escravo já acontecia, principalmente em escolas do Fundamental II, com desenvolvimento de projeto na Semana da Consciência Negra”, ressaltou.
Dr. Jônatas dos Santos Andrade, juiz federal do trabalho, parabenizou o município de Jacundá por “cuidar da sua sociedade”, e por ter dado atenção na incorporação ao Plano Municipal de Educação (PME) e na proposta curricular o programa “Escravo, nem pensar!”.
A secretária de Educação, Geane de Deus agradeceu em nome dos jacundaenses os elogios proferido pelo juiz federal do trabalho e lembrou que desde a inserção do programa escravo, nem pensar, no PME em abril deste ano, “foram qualificados centenas de profissionais ligados a educação e membros da sociedade civil, que juntos obtiveram grandes resultados desde então”, enfatizou.
O vice-prefeito Itonir Tavares destacou a importância do projeto para o município e declarou que “é fundamental combater a escravidam, o pensamento que muitos hoje possuem em que a escravidão é lembranças do passado, restrita aos livros de história, infelizmente, isso não é verdade. A escravidão perpetua até os dias atuais em diferentes segmentações”, destacou.