Nesta terça-feira, 29 de dezembro, é o aniversário do município de Jacundá que comemora 54 anos de emancipação político-administrativa. Uma programação modesta com apresentação teatral infantil e artistas da terra marcou a data nos dias 27 e 28.
Com o tema “54 anos Jacundá: sou + mais minha cidade!” as comemorações se resumiram a dois dias de festas. Abriu a programação alusiva ao aniversário do município o espetáculo teatral “Fim de ano mágico” com os grupos Peppa Pig, Frozen e Dora Aventureira. “Foi uma bela programação de aniversário. O teatro infatigável prendeu a atenção do povo, e as crianças abismadas pareciam não acreditar. Parabéns a quem teve essa ideia”, elogiou Gessynael Reis.
A programação prosseguiu com os cantores Ailton e Fábio, Clésio Rabelo, Bruno Henrique e o grupo de forró Fole do Arraia em apresentação que aconteceram na noite de domingo (27). Na segunda-feira (28) subiram ao palco Naldo Rocha, Galego e Josimar, Naldo Carvalho, MC Léo e Thiago Castro. Os organizadores estimam que 4 mil pessoas assistiu as apresentações de domingo.
A Prefeitura de Jacundá foi alvo de críticas nas redes sociais por não realizar uma festa pomposa com atrações de renome nacional. Ouvido pela reportagem, o secretário de Administração e também chefe de gabinete, Luiz Veiga, minimizou a situação e explicou que o governo municipal priorizou uma agenda festiva valorizando “os artistas da terra, que outrora, ficavam de fora da programação oficial de aniversário”. Por outro lado, segundo ele, a Prefeitura está com várias obras em andamento e precisa ser entregues à população. “Ainda faltam 4 quadras cobertas, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), creches e outras obras importantes para serem concluídas.
Outra preocupação da atual gestão pública, segundo o chefe de gabinete, são os pagamentos da folha salarial dos funcionários e 13º salário, além de fornecedores que estão sendo realizados conforme a arrecadação do município “
História
Habitada inicialmente pelos índios gaviões, a área originária do município de Jacundá teve entre os seus primeiros ocupantes brancos o Coronel Francisco Acácio de Figueiredo, integrante da comitiva do Deputado e Coronel Carlos Gomes Leitão, que chegou ao local em 1892. O pequeno povoado ribeirinho servia de parada para quem navegava pelo Rio Tocantins e sediou a 2º circunscrição judiciária do município de Baião, ao qual pertencia.
Na década de 70 instalou-se a Vila Arraias a partir da exploração madeireira, que deu um novo impulso à economia local. Com a construção da barragem de Tucuruí, foram inundados 900 km² do território de Jacundá, deixando submersas cachoeiras, canais, garimpos de diamantes, além da antiga sede do município e de alguns vilarejos. A sede municipal foi transferida das margens do Rio Tocantins para a Vila Arraias, no km 88 da Rodovia PA-150, com o remanejamento das famílias que moravam na área que foi inundada pelo lago da hidroelétrica.
A palavra Jacundá é o nome genérico de vários peixes da família dos ciclídios, que medem até 26 cm de comprimento e se alimentam de insetos como o jacundá-coroa e o jacundá-pinima. Esta palavra designa, ainda, uma dança indígena, que imita a pesca do jacundá. Nela, homens e mulheres formam um círculo de mãos dadas, alternadamente. Para o centro da roda vai um casal de cada vez, em torno do qual o círculo gira ao som de uma música. Na região onde fica o município há grande quantidade desse peixe, daí a origem do nome. Jacundá também é uma planta da família das miriáceas.
Violência
Nos 54 anos de história do município de Jacundá, uma informação chama atenção: a violência. Antes considerado um dos municípios mais violentos do Brasil e um dos principais do Estado do Pará, Jacundá ocupa hoje a posição de 216ª colocação no Mapa da Violência do Brasil. As informações foram divulgadas neste ano. Entre os anos de 2002 a 2006, Jacundá estava na posição 53ª. Em 2013, o município caiu noventa degraus, ficando na posição 143ª.