Alguns problemas que afetam a saúde do trabalhador foram tratados durante o primeiro Seminário de Saúde do Trabalhador de Jacundá. Entre os assuntos discutidos estavam transtornos mentais relacionados ao trabalho, acidentes graves e fatais, lesão por esforço repetitivo e resíduos sólidos. O evento foi realizado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) com apoio do Centro Regional de Saúde do Trabalhador (Cerest), e aconteceu na sede recreativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) durante a terça-feira, 16, e reuniu mais de 160 pessoas.
O coordenador do Cerest, Dony de Sousa Malta, explica que o CMS solicitou a realização do seminário para os trabalhadores do município “uma vez que essa política inserida na Lei Orgânica do SUS faz essa advertência”. Segundo ele, as secretarias de saúde fazem a vigilância epidemiológica, vigilância ambiental e vigilância em saúde, “enquanto a saúde do trabalhador está esquecida”, alerta.
A Cerest atende 22 municípios do sul e sudeste do Estado, realizando um trabalho de educação “para que os trabalhadores do SUS estejam preparados para fomentar, articular e promover e identificar trabalhadores acometidos de problemas de saúde relacionados à atividade profissional”.
A professora Cirlene Cabral ressalta a importância do evento. “Importante porque abrange uma temática que envolve todos os trabalhadores em educação, que lidam diariamente com alunos, pais, e que são responsáveis pela formação humana com carga de estresse elevada, precisamos do apoio para a nossa saúde”, cita a professora, que completa: “estamos sujeitos a vários fatores como síndrome de LER que atinge as merendeiras, os vigilantes vivem sob pressão psicológica diante da situação de risco em que trabalham. Também cito que os professores são vítimas de violência física e verbal, e recorrem ao CAPS em busca de atendimento, e muitos profissionais recorrem ao sindicato para pedir socorro”, desabafa.
O presidente do CMS, Gessynal Reis, explica que o conselho buscou essa parceria para realizar esse evento para mostrar ao trabalhador a importância de cuidar da própria saúde. “Nossa preocupação é o não adoecimento do trabalhador e sabemos da alta demanda do SUS que tem dificuldade para realizar os tratamentos”. O presidente do conselho afirma que “a prevenção funciona melhor que fazer um tratamento”.