Jacundá recebeu na última segunda-feira (23), o deputado estadual Miro Sanova e o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (SEDAP), Giovanni Queiroz e do secretário geral do PDT no estado, Allan Pombo.
Foi realizado uma reunião no Plenário da Câmara de Jacundá que contou com a presença do prefeito José Martins, vice-prefeito Ismael Barbosa, vereador e presidente da Câmara de Jacundá, Lindomar Marinho e demais vereadores, presidente do PDT-Jacundá, Wenderson Mulato, representantes de sindicatos, entidades, associações e empresários locais.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jacundá (STRJ), Vera Lúcia, declarou que um dos caminhos de desenvolvimento do município é através da agricultura, vale ressaltar que os agricultores não têm um investimento devido na área da fruticultura. “O pequeno agricultor tem dificuldades na questão de armazenamento das polpas em uma câmara fria, precisamos da implantação de um centro de distribuição de polpa. Temos muitos desafios, a outorga d’água é um deles, deixo aqui nosso apelo secretário Giovanni que seja viabilizado a outorga”, cobrou do secretário a presidente do STRJ.
O empresário e sócio da Rações Grande Lago, Ananias Gomes de Carvalho que aproximadamente há 5 anos, implantou em Jacundá uma fábrica de rações, disse ao secretário de estado que o motivou a montar essa indústria no município, foi as promessas do Governo Federal e Estadual. O empresário falou ainda que espera dos órgãos competentes a reativação da Fábrica de Beneficiamento de Pescado da Vila Porto Novo, que estar parada há anos.
“Houve diversas conversas que agora será inaugurada, diversos documentos assinados e nada, Secretário peço ao senhor que olhe com carinho para essa questão de movimentar o polo pesqueiro, pois temos muitos pescadores vivendo na miséria pela falta de peixe, culpa talvez da fiscalização porque mesmo agora no período do defeso tem gente pescando de rede. Tem que fazer uma fiscalização intensiva e com seriedade para moralizar e só assim vai ter peixe para o pescador”, comentou o empresário Ananias.
O gerente do Banco da Amazônia em Jacundá, Heitor Junior falou das políticas de incentivos da instituição e disse que existe muitas situações que interferem o acesso ao crédito por parte dos agricultores familiares, o gerente disse ainda que existe várias fases fundamentais para o financiamento. “Primeiramente o agricultor precisar entender o que anseia, pois, o banco não financia o dinheiro, financiamos uma situação específica, exemplo uma tecnologia implantada no seu empreendimento para aumentar sua produtividade”.
Junior apontou que a falta de conhecimento dos agricultores e pecuaristas, por não buscarem um acompanhamento técnico é que dificulta o acesso ao crédito. Segundo ele o banco analisa a inadimplência da agricultura familiar que é muito alta na região muita das vezes por falta de conhecimento. “Além disso a outorga d’água foi um dos entraves na gestão anterior, disseram que o banco não financia a piscicultura, aí a culpa ficou com o banco, quero dizer que não é essa a situação, a instituição tem uma lei que exige a outorga, e esse é o entrave para financiarmos”, ressaltou o gerente do Banco da Amazônia.
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio), representado pela Mariana Bogéa, responsável pelo mosaico do Lago de Tucuruí, falou com convicção da responsabilidade do governo do estado no monitoramento e garantia da sustentabilidade no desenvolvimento da região.
O presidente da Colônia de Pescadores Z-43, Luiz Pereira dos Santos (Luiz da Colônia), declarou que entidade tem cerca de 1,3 mil associados que moram no entorno do lago, que se estende pelos sete municípios e não possuem incentivo para o pescador.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Jacundá (Sinrural), Robson Aguiar, também citou o caso da liberação da outorga. “Ela fica centralizada na SEMA, não sei por quê? Mas tenho a certeza que o senhor secretário [Giovanni], irá descentralizar essa outorga. Jacundá está passando por uma transição madeireira, estamos buscando uma outra alternativa, temos uma região boa para trabalhar, porém o Governo Federal e Estadual não direciona nada, passa pertinho daqui, sempre fomos esquecidos. Peço ao Governo do Estado e Municipal que desenvolva uma política que faça dessa região produtiva”, finalizou Aguiar.
O secretário municipal de Agricultura e Pesca, Ricardo Pedro Stermer, agradeceu a presença do Deputado Estadual do PDT e do Secretário de Desenvolvimento e Agricultura do Estado, por visitar o município de Jacundá que necessita urgentemente de ajuda do estado para aquisição de maquinários e entre outros projetos de grande valia ao pequeno agricultor. “A situação não está ‘boa’, a pasta que assumimos não dispõe de maquinário, mas isso não é para desanimar, apesar de o único trator que temos, veio de emenda parlamentar da época em que Giovanni Queiroz era deputado. Queremos incentivar o pequeno agricultor a trabalhar com a merenda escolar, dar uma atenção na bacia leiteira com o objetivo de melhorar a qualidade e também reativar a Feira Municipal”, enfatizou o secretário municipal de agricultura.
O secretário citou ainda que a prefeitura já sinalizou a contratação de um Engenheiro de Pesca, e aproveitando a oportunidade perante o secretário de Agricultura do Estado para pedir uma máquina para a realização das escavações dos tanques [criatório de peixes].
Miro Sanova, presidente do PDT-PA e deputado estadual, iniciou seu pronunciamento falando da regularização fundiária e da morosidade da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMA). “Acredito que tem que ter regras, mas não pode ter morosidade para se resolver as coisas. Lá em Curuça, um amigo nosso criador de camarão a mais de quatro anos, espera por uma licença ambiental, isso é inadmissível, têm que ter agilidade”, advertiu o deputado.
O prefeito José Martins de Melo Filho (Zé Martins), falou de sua trajetória política no município e que depois de 16 anos assume a prefeitura diante de uma tragédia de crise nacional, estadual e municipal. “Estamos com dificuldades na saúde, educação e no social, a cidade está toda esburacada, funcionários com salários atrasados da gestão anterior e um município com área territorial pequena”, destacou o prefeito.
Zé Martins ressaltou que só está a vinte e poucos dias no comando da prefeitura de Jacundá e que sua equipe estar fazendo um levantamento, para saber o que ficou de 2016 para 2017. “Não posso usar o dinheiro de 2017 para pagar salários atrasados de dezembro, porque se não vou atrasar a folha de janeiro e a responsabilidade fiscal será de quem? Mas tenho certeza que com essa câmara de vereadores com a equipe de secretários que tenho, com as parcerias dos sindicatos e associações e do estado iremos conseguir colocar essa cidade no caminho do desenvolvimento e ela voltará a crescer”.
“Tenho vergonha de ser brasileiro, você morar num país com potencial e condições de alavancar a vida de todos, mas estamos convivendo com a miséria, crianças dormindo com fome e, com esses horrores que estamos vendo nos presídios. Ninguém nasce bandido, a responsabilidades é nossa que somos líderes, vereadores e prefeitos, temos que nos unir para construir uma sociedade justa”, enfatizou o secretário da SEDAP, Giovanni Queiroz.
Em relação as reivindicações de equipamentos o secretário, disse que a secretaria de agricultura do estado não tem dinheiro e nem máquinas para as prefeituras. “Temos alguns maquinários que já estão comprometidos e devem ser distribuídos por emendas parlamentares de senadores e deputados, vamos verificar se Jacundá tem alguma prevista”.
Referente a outorga o secretário pediu união entre os órgãos públicos. “Irei falar com o secretário se não resolver vou falar com o governador, peço que cobrem mais de mim. Temos que qualificar o pescador, precisamos oferecer assistência técnica, para que o cidadão possa ir ao banco buscar recursos e ter o acompanhamento devido, vocês podem contar comigo, com a nossa secretaria que estar visitando cada município e vendo quais as prioridades. A agricultura emprega dez vezes mais gente que a pecuária e dar dez vezes mais lucro, então precisamos diversifica”, finalizou Queiroz.