A população do município de Jacundá está preocupada com o aumento da criminalidade. Assaltos à mão armada, roubos de veículos, arrombamentos de imóveis residenciais e comerciais estão entre os principais casos registrados pelos órgãos de segurança do município, e culminou com a realização de uma Audiência Pública realizada pela Câmara de Vereadores, na manhã desta quarta-feira (8), a pedido de entidades da sociedade civil organizada.
O presidente do Poder Legislativo Lindomar Marinho justificou a realização da audiência pública. Segundo ele, os casos de violência justificam um debate amplo com a sociedade jacundaense. “A sociedade jacundaense é vítima do aumento da criminalidade”. Lindomar aproveitou a oportunidade para rechaçar comentários sobre uma possível cassação do atual prefeito e criticou que “em mais de meses do novo governo ainda não houve uma reunião sobre os principais projetos do executivo. Estamos Engessados”, criticou.
Por sua vez, o vice-prefeito Ismael Barbosa justificou a ausência do prefeito que estava em Belém para tratar de assuntos sobre de interesse do município. “Como cidadão, a preocupação existe não só em relação à segurança pública, mas de um modo geral. Estamos preocupados com essa situação. Estamos aqui para ajudar. E com a participação de todos vamos criar alternativas para sairmos dessa situação”.
Vera Lúcia, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jacundá (STRJ) e Robson Aguiar, do Sindicato dos Produtores Rurais (Sinrural) justificaram a realização da audiência. “Temos notado que a violência tem aumentado. Isso carece de ações urgentes”, pediu o presidente do Sinrural. “É muito importante essa audiência para encontrarmos uma solução para esse problema”, disse Vera.
O vereador Daniel Siqueira Neves, o Daniel dos Estudantes, criticou a situação do sistema de iluminação pública. “Ontem passei por uma rua e imaginei que estivesse na zona rural. Os recursos estão na conta da Prefeitura há dois meses. Isso faz aumentar a violência em nossa cidade”, citou. Também tiveram oportunidade as vereadoras Marta Costa e Neusilene Costa que também criticaram a falta de iluminação.
O ex-prefeito Adão Ribeiro, a empresária Glaucinete Lacerda, o morador Antônio Biné, dentre outros moradores da comunidade jacundaense tiveram oportunidade para fazer perguntas às autoridades representadas.
Com um efetivo de 47 integrantes, sendo 12 por turno, e mais três viaturas, a Polícia Militar atua no município de Jacundá. Segundo o subcomandante da 18ª Companhia Independente de Polícia Militar – 18ª CIPM, Capitão Rogério Pereira, “é salutar quando há essa troca de oportunidade de ouvir os anseios dos representantes da sociedade. Estamos prontos a qualquer momento e hora para atender o chamado da sociedade”, afirmou.
Rogério destacou que desde o dia 1º janeiro a PM fez mais de 1.600 abordagens policiais. “É necessário uma parceria entre Polícia Civil, DMTU, Prefeitura, Judiciário e MP para melhorar a segurança pública. Com apoio, as condições de trabalho são melhores. Podemos atender um maior número de ocorrências, as vezes deixamos de atender ocorrências por falta de combustível”.
Segundo ele, a quantidade de combustível fornecida pelo Governo do Estado é insuficiente para manter a operacionalidade dos trabalhos, necessitando de ajuda da Prefeitura, que desde janeiro cortou o fornecimento à polícia Militar.
O Juiz Arielson Ribeiro disse que “é responsabilidade do município a iluminação pública e depois dessa reunião vai sair proposta para que a prefeitura faça um levantamento dos pontos críticos de iluminação pública”. O magistrado ressaltou que a insegurança em sua maioria é cometida por pessoas de fora. “A questão de assalto e arrombamento que tem aumentado no município, a maioria é feita por pessoas de fora, de outros municípios, normalmente duas pessoas em uma moto sem placa. Para coibir isso além das rondas policias, tem que fazer também as operações”.
O juiz cita ainda que a atuação de órgãos públicos é fundamental, a exemplo das parcerias entre o DMTU, polícias Civil e Militar para coibir tais acontecimentos. “Apesar da segurança pública ser dever do estado, o gestor juntamente com os vereadores tem que cobrar dos deputados para conseguir convênios, ir junto ao governo do estado em busca de recurso para investir em segurança pública”, enfatizou o magistrado.