A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (19), a primeira fase da Operação Tacitu que visa desarticular um esquema de corrupção em Jacundá, no sudeste do Estado.
Dez mandados judiciais - cinco de busca e apreensão e outros cinco de condução coercitiva - foram cumpridos pelas equipes de policiais civis coordenadas pelo delegado Carlos Eduardo Vieira, titular da Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) no município desde as primeiras horas da manhã.
Os conduzidos coercitivamente foram o prefeito afastado de Jacundá, José Martins de Melo Filho; o secretário municipal de Finanças, Ronaldo Martins Campos, e três vereadores - dois deles como testemunhas e outro na condição de investigado no inquérito.
Os policiais civis cumpriram os mandados judiciais nas residências dos conduzidos. Após efetuar as buscas e apreensões nas casas, as equipes policiais conduziram as cinco pessoas para a Delegacia de Jacundá, para serem ouvidas em depoimento.
O delegado Carlos Eduardo Vieira explica que as investigações versam sobre possível esquema de corrupção envolvendo o prefeito, servidores da prefeitura e vereadores de Jacundá. As investigações tiveram início após denúncia feita por um vereador da Câmara Municipal de Jacundá. "Os valores foram apresentados à DRDP e apreendidos", explica o delegado.
O denunciante afirma que teria recebido a título de verbas indevidas a quantia de R$ 30 mil para que se abstivesse de exercer suas funções na vereança, dentre as quais, a de denunciar em plenário a má gestão na atual administração municipal.
Assim que a denúncia chegou ao seu conhecimento, o delegado solicitou ao Tribunal de Justiça do Estado autorização para iniciar a investigação. Pelo fato de o investigador ser prefeito do município, ele mantém foro por prerrogativa de função e, dessa forma, a Polícia Civil só pode iniciar as investigações com autorização judicial.
Com a autorização concedida pela Justiça Estadual, o delegado Carlos Vieira solicitou à Justiça as medidas cautelares de busca e apreensão e de condução coercitiva contra pessoas envolvidas, direta e indiretamente, no esquema de corrupção denunciado.
As medidas judiciais foram deferidas pela desembargadora Maria Edwiges de Miranda Lobato, relatora do feito. Dessa forma, de posse dos mandados judiciais, os policiais civis seguiram até o município para efetuar o cumprimento das medidas.
A operação contou com policiais civis da DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), por meio das Delegacias de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (DRFC), de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DRFVA), de Repressão a Roubo a Bancos e Antissequestro (DRRBA), além de policiais civis vinculados à Diretoria de Polícia do Interior (DPI) e apoio operacional de policiais civis do GPE (Grupo de Pronto Emprego), unidade tática da Polícia Civil.
O delegado explica que o prefeito investigado está atualmente afastado do cargo, por procedimento da Câmara dos Vereadores de Jacundá.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, farta documentação e mídias foram apreendidas nas casas. "Tudo vai passar por perícias e análises a fim de servir de elementos de prova aos autos do inquérito policial", detalha o policial civil. Ao final dos depoimentos, as pessoas conduzidas serão liberadas.
O material apreendido será conduzido para a sede da DRCO, em Belém, ainda nesta terça-feira. As investigações sobre o suposto esquema de corrupção continuam.