O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Marabá fechou o ano de 2015 com 1.840 pacientes com o vírus da Aids atendidos. Mas este número aumentou bastante. Até esta terça-feira (6), o total de pacientes atendidos no Centro chegava a 2.067 pessoas com o vírus HIV, o que representa 227 novos casos confirmados neste ano de 2016, até o momento. Isso equivale a uma média de praticamente cinco casos novos por semana. É como se a cada dia útil um novo paciente com HIV fosse confirmado no CTA de Marabá.
Vale ressaltar que não se trata apenas de pacientes deste município, mas também de cidades vizinhas que buscam tratamento nesta cidade pela ausência de CTA nas localidades onde moram. Há também casos de pacientes que vêm de fora por opção, por não quererem se expor ao tratamento nas cidades onde residem.
E o mesmo ocorre com moradores de Marabá, que têm o vírus da Aids, mas se tratam em Parauapebas ou mesmo em Belém, também para não se expor aqui, segundo explica Andréa Castro, auxiliar administrativo do CTA.
Embora os números sejam preocupantes, Andréa ressalta que muita gente tem procurado o CTA para e submeter a exames, num média de 40 pessoas por dia, o que revela certo grau de consciência da população. Além disso, o CTA de Marabá dispõe de toda estrutura de atendimento aos pacientes, desde palestras, atendimento psicológico até a medicação, que é repassada via SUS.
Outra notícia boa é que o “Projeto Nascer”, realizado em parceria com o governo do Estado, teve resultados expressivos em 2016. O projeto visa impedir a transmissão do vírus da mãe para o filho ainda no útero, a chamada transmissão vertical.
Isso ocorre por meio de uma série de procedimentos e medicamentos que garantam que o bebê venha ao mundo sem HIV. Em Marabá, foram realizados nada menos de 28 partos de mães portadoras do vírus e em todos eles a criança nasceu sadia.
Pará é desta que negativo em nível nacional
Por outro lado, o Ministério da Saúde divulgou relatório sobre casos de infecção pelo vírus HIV/Aids. De acordo com os dados, o número de infecção entre jovens de 20 a 24 anos do sexo masculino dobrou em 10 anos. Na região Norte as infecções aumentaram em 61%, e em 91%, no Pará. Em 2012, foram registrados quase 900 casos de infecção por HIV no estado, o número saltou para mais de 1800, em 2015.
Profissionais de saúde e ativistas alertam que muitos jovens entre 15 e 30 anos deixaram de se prevenir porque tem a falsa impressão de que a Aids não é mais tão grave como antes, mas a doença ainda não tem cura. No ano passado, a Aids matou 660 pessoas no Pará. Outro problema apontado é que muita gente não se interessa em fazer o teste de HIV e só descobrem a doença quando já surgem os primeiros sintomas.