O surgimento de carros inteligentes - repletos de sensores e com funções comandadas por computadores de bordo mais potentes - faz dos veículos o próximo alvo dos hackers.
A afirmação é da desenvolvedora de antivírus McAfee, que divulgou estudo feito em parceria com a criadora de programas móveis Wind River e a Escrypt, que fabrica sistemas de segurança para microcontroladores.
De acordo com o estudo, hackers poderão atacar os sistemas de tecnologia dos carros até para tomar o controle dos veículos, além de rastrear sua localização ou roubar dados de aparelhos que possam se conectar a ele, como smartphones e tablets.
Preocupações de segurança em carros aumentam com a modernização dos veículos, que, em alguns países, possuem sofisticados computadores de bordo. Esta tecnologia permite, por exemplo, que o carro seja capaz de monitorar funções como a pressão dos pneus, a condição de freios e do motor.
Há ainda sistemas para distribuição de entretenimento digital para os passageiros e de comunicação entre o telefone celular e o aparelho de som, principalmente para chamadas em viva-voz ou para navegação com auxílio de GPS.
Vírus por música
Em março, um grupo de pesquisadores liderados por Stefan Savage e Tadayoshi Kohno anunciou a publicação de uma pesquisa que mostra maneiras de comprometer a segurança de um automóvel.
O meio mais interessante desenvolvido pelos pesquisadores envolve a utilização de um arquivo digital de música que, quando reproduzido no sistema de som do carro, permite a eles executar códigos maliciosos no veículo.
Outros métodos desenvolvidos pelo grupo envolvem a rede Bluetooth, a rede celular e códigos maliciosos em ferramentas de diagnóstico usadas em centros de reparo.
Os especialistas das universidades de Washington e San Diego estão envolvidos com o assunto há pelo menos dois anos. Em 2010, publicaram um artigo mostrando o que era possível fazer tendo um notebook conectado a um computador de bordo de um sistema de carro.
No artigo, eles mostraram que era possível controlar o sistema do carro para “desativar os freios, brecar uma roda específica, parar o motor, entre outros”. Nesse primeiro artigo, os pesquisadores já mostraram como seria possível instalar um vírus no carro.
Na pesquisa que está sendo publicada agora, intitulada (em tradução livre) “Análise abrangente e experimental de superfícies de ataque automotivas”, os especialistas mostram como invasores poderiam usar diversas técnicas para realizar o ataque, sem depender de uma conexão direta de um notebook com o carro.
Uma vez infectado, um veículo poderia ser remotamente destravado para facilitar roubos, segundo os pesquisadores. O carro analisado é de 2009, mas nem o fabricante nem o modelo foram informados.