O Orkut está se despedindo de seus antigos e atuais usuários - acredite, ainda tem gente que utiliza esta rede social quase todos os dias - e já tem quem esteja suspirando com nostalgia. Comunidades, depoimentos de amigos, álbuns de fotos iniciados há dez anos são apenas algumas das coisas com as quais quem voltou até seu perfil para recuperar algo - antes do anunciado fim, no dia 30 de setembro - se diverte e se surpreende ao rever.
“Chega dá uma saudade… Ai, meu Deus... Orkut era bacana”, relembra a universitária Carolinne Amorim, 21 anos, que apesar de ter deixado de atualizar seu perfil na rede social há muito tempo, recebeu a notícia de seu fim com tristeza. “Foi a primeira rede social que eu tive.
Depois veio o Facebook, mas o Orkut foi primordial para eu conhecer o que era uma rede social e saber lidar com ela. Lamentei mais ainda porque tinha esquecido a senha e isso me fez entrar em desespero, pois eu tinha que voltar lá e dar uma última olhada no perfil e o mais importante: salvar minhas fotos”, conta.
E a correria para salvar tudo, dar uma última olhada, fez muitas pessoas encontrarem histórias esquecidas, como é o caso de Igor Miranda, 27 anos.
Hoje ele é advogado, assim como dois de seus amigos da adolescência, e ficou surpreso com o que a memória já tinha deixado de lado. “Nas fotos a gente aparece novinho, fazendo graça, todo mundo vestido de preto, metido a roqueiro. A gente aprontava tanto nesse tempo… Jamais imaginei que hoje todo mundo ia ser sério. Nunca imaginei que eles seriam advogados (risos), e eles com certeza não imaginaram isso de mim também”, diz.
COMUNIDADES
As comunidades podem ser consideradas uma das coisas mais legais que existiam no Orkut e também das mais criativas. Você podia até mesmo criar uma dedicada ao seu melhor amigo, a um professor chato ou muito divertido, podia simplesmente dizer algo sobre você e suas preferências. “Tropeço Parado”, “Eu Assisto ao Programa do Jô” e “I feel good, tananananana” são apenas alguns dos exemplos acompanhados, é claro, de uma foto bem divertida.
“Lembro que, naquela época, quando se ia começar uma ‘paquera’ a pessoa visitava o perfil e olhava logo as comunidades para saber um pouco mais sobre o alvo. Era algo muito engraçado, mas de fato ajudava bastante”, lembra Carolinne Amorim.
Ela também afirma que dificilmente alguém participava de tantos grupos, o que valia mesmo era os títulos, que logo diziam um pouco sobre você.
Os poucos grupos mais atuantes mantinham trocas de links para baixar músicas e sugestões de livros. “Eu tinha uma comunidade chamada ‘Adoro Música’ e através dela entrei em contato com gente que compartilhou comigo álbuns completos do Nirvana, Pearl Jam, Creed… Caramba, nem lembrava mais do Creed! Isso é muito louco, o tanto de coisas que a gente fazia no Orkut… Mas acho que agora já passou, ninguém acessa mais mesmo”, diz Igor com tristeza, já se despedindo de seu perfil na rede.
Relembre suas histórias nos comentátios abaixo.