Na véspera da eleição que irá definir o próximo presidente dos EUA, os dois principais candidatos, Donald Trump e Hillary Clinton, cumpriram uma extensa agenda, atravessando diversos estados e tentando atrair os ainda indecisos.
Também na segunda-feira, uma pesquisa do Projeto Estados da Nação, da Reuters/Ipsos, apontou que a candidata democrata tem 90% de ganhar. Segundo a avaliação, qualquer virada de Trump depende de uma improvável combinação de reviravoltas de eleitores brancos, negros e hispânicos em seis ou sete Estados.
As duas campanhas concentraram suas últimas horas em estados que não são tradicionalmente fieis a um partido específico, os “swing estates”, onde a predominância democrata ou republicana varia a cada eleição.
Trump começou o dia em Saratosa, na Flórida, estado decisivo por seu grande colégio eleitoral, e onde as pesquisas apontam um empate técnico. Ele depois seguiu para Raleigh, na Carolina do Norte, e Scranton, na Pensilvânia. À noite, ainda discursa em mais dois estados, onde tem a companhia de seu vice, Mike Pence. Os dois sobem ao palco juntos em Manchester, New Hampshire, e Grand Rapids, Michigan.
Antes de se encontrar com Trump para os eventos da noite, Pence também fez comícios sozinho, em Duluth, Minnesota, Traverse City, em Michigan e Erie, na Pensilvânia.
Já Hillary contou com diversos colaboradores em seus últimos eventos de campanha. Ela fez quatro comícios, em Oakland, na Pensilvânia, Allendale, Michigan, Raleigh, na Carolina do Norte, onde teve a companhia do marido, Bill, e da filha, Chelsea, e em Filadélfia, na Pensilvânia, onde foi acompanhada pela família e também pelo presidente Barack Obama e pela primeira dama, Michelle Obama.
Já o candidato à vice democrata, Tim Kaine, fez dois comícios na Carolina do Norte e dois em cidades do estado de Virginia. Bill Clinton falou em outra cidade da Carolina do Norte, Al Gore discursou em duas cidades do Colorado, o vice-presidente, Joe Biden, esteve em Tallahassee e St. Petesburg, na Flórida, e Obama fez comícios em Ann Harbor, Michigan, e Durham, New Hampshire.
Na terça, Hillary e Trump irão votar no estado de Nova York, onde permanecerão para acompanhar a votação e o anúncio do resultado, que deve ser feito nas primeiras horas da quarta-feira.
Ambos têm festas programadas na cidade para comemorar a possível vitória. A de Trump está marcada para o hotel New York Hilton Midtown e a de Hillary será no Jacob K. Javits Convention Center.
Pesquisas
Em uma série de pesquisas divulgadas nesta segunda, Hillary Clinton lidera as intenções de voto. O site Real Clear Politics lista oito pesquisas onde os eleitores não consideraram outros candidatos além dos dois, e Trump aparece na frente em apenas uma, do LA Times/USC Tracking, com vantagem de 5 pontos.
Nas outras sete, Hillary lidera por uma margem que vai de 1 ponto (IBD/TIPP Tracking) a 7 pontos (NBC News/SM). CBS News, Fox News dão a ela 4 pontos de vantagem, Bloomberg e ABC/Washington Post apontam 3 e Monmouth 6.
A projeção dos 90% de chances de vitória de Hillary, segundo a Reuters, indica que ela estava a caminho de obter 303 votos no Colégio Eleitoral, ante os 235 de Trump, chegando aos 270 necessários para a vitória.
As chances de Trump estão em sua performance na Flórida, Michigan, Carolina do Norte e Ohio, que tinham a disputa ainda muita acirrada para que se pudesse prever uma definição no domingo, quando a pesquisa foi encerrada, e na Pensilvânia, onde Hillary tem uma pequena vantagem de 3 pontos percentuais. Para que Trump vença, ele precisa vencer na maioria desses Estados.
Qualquer combinação de duas perdas nos três Estados da Flórida, Michigan e Pensilvânia, praticamente garantiria a vitória a Hillary. Ao mesmo tempo, Trump precisa conseguir a vitória no Arizona, Estado tradicionalmente republicano, em que a corrida eleitoral está apertada, e esperar que o candidato independente Evan McMullin não vença em outro baluarte republicano, Utah.
Para vencer, Trump precisa de um resultado maior entre os eleitores republicanos brancos do que a que se materializou em 2012, uma queda no número de eleitores afroamericanos e um aumento menor que o previsto no número de eleitores hispânicos, mostrou a projeção.
O Projeto Estados da Nação é um levantamento feito junto a 15 mil pessoas todas as semanas nos 50 Estados norte-americanos, mais a capital Washington D.C..