O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira uma ordem para limitar a ajuda financeira a ONGs estrangeiras que realizam ou performam abortos. O republicano despachou em uma cerimônia do Salão Oval, em que também assinou uma ordem para formalmente retirar o país do TPP (Parceria Trans-Pacífica). Em seus primeiros dias de trabalho, o republicano já cumpre algumas das suas polêmicas promessas de campanha.
A medida
Inicialmente estabelecida pelo então presidente Ronald Reagan em 1984 — bloqueia o financiamento federal a organizações internacionais de planejamento familiar que realizam abortos ou promovem o procedimento ao oferecer inforamações a pacientes sobre o tema. Desde que a política foi criada, entrou na batalha política dos EUA: os democratas a suspenderam e os republicanos a reestabeleceram.
Ao tomar posse em 2009, Obama rescindiu da medida. Agora, com o novo governo republicano de Trump, os democratas rapidamente responderam à mudança e criticaram o presidente pelo que chamaram de uma perigosa obsessão em provocar retrocessos nos direitos reprodutivos.
Na campanha, Trump chegou a asssumir uma postura bastante dura em relação ao aborto. O magnata disse que as mulheres que recorrem ao procedimento deveriam ser banidos. Depois, no entanto, voltou atrás na declaração.
O novo presidente apressou-se em nomear à Supremo Corte um juiz ferozmente contrário ao aborto, destacando que esta nova relação de poder na alta jurisdição poderia desembocar "automaticamente" na anulação da sentença do caso "Roe v. Wade", que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973.
O vice-presidente, Mike Pence, também é um forte crítico do aborto. Enquanto era governador de Indiana, passou diversas leis para restringir o procedimento.