Semana passada, foi publicada no Diário Oficial do Estado a autorização concedida pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) à empresa Pavan Engenharia para apresentar estudos preparatórios que demonstrem a viabilidade de uma ferrovia em território paraense, ligando o sul e sudeste do Pará até o nordeste do Estado. O estudo irá permitir posterior chamamento público.
A ferrovia estadual será uma concessão à iniciativa privada, responsável por todos os investimentos na implantação e operação da ferrovia. Caberá ao governo estadual a fiscalização e regulação da atividade ferroviária.
A ferrovia se justifica pelo fato de o Pará ainda não contar com uma logística adequada, embora possua uma das maiores reservas minerais de todo o mundo e áreas já abertas e propícias para o agronegócio, especialmente plantações de soja, milho, entre outros.
Tudo isso, sem contar com clima favorável, facilidade de acesso à água para irrigação e localização privilegiada, sendo o Estado brasileiro com portos mais próximos da Europa, Ásia e costa leste dos Estados Unidos.
Iniciaria em Santana do Araguaia e passaria por vários municípios, como Redenção, Xinguara, Marabá, Rondon, Nova Ipixuna, Ulianópolis, Paragominas, Barcarena e Colares.
O projeto vem sendo chamado, ainda na fase de estudos preliminares, de Complexo Logístico Industrial e Portuário Paraense (Colinport), que constitui-se numa ferrovia de 1,2 mil quilômetros, criando a Ferrovia Paraense (Fepasa) e um porto multicarga em Colares, no nordeste do Estado. Levantamentos apontam que o local é propício para receber navios de grande capacidade, por conta de possuir calado mais profundo e um Condominio Industrial Portuário para receber indústrias.
Segundo informações preliminares de técnicos da empresa, que idealizaram o projeto, os investimentos privados previstos para a ferrovia seriam de R$ 8 bilhões, mais R$ 6 bilhões para o superporto e outros R$ 2 bilhões para a construção de um condomínio industrial próximo ao porto. Já na fase de construção, cujo início está previsto para 2018, seriam 14 mil empregos e, durante a operação, somando os trabalhos na ferrovia, ramais, plataformas, superporto e condomínio industrial, a Pavan Engenharia estima que seriam cerca de 60 mil empregos diretos.
“Quando a ferrovia paraense estiver pronta, ela poderá se ligar à ferrovia Norte Sul, como acontece no Paraná, onde a ferrovia estadual se liga com a federal. Uma pode complementar a outra”, afirma Adnan Demachki, secretário da Sedeme