Professores da rede pública estadual decidiram manter a greve iniciada desde o dia 25 de março, após assembleia geral da categoria realizada ontem no Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP), em Belém. A paralisação já atinge 107 municipios do Pará.
Na oportunidade, a comissão de professores recebida no dia anterior por representantes na sede da Secretaria de Administração (Sead) repassou as informações discutidas em audiência para a categoria que decidiu continuar com a greve. Além disso, a categoria definiu o calendário de atividades que serão feitas no decorrer da greve.
De acordo com Alberto Andrade, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), os professores querem garantias de que o governo cumprirá com o que pode ser acordado.
“Em termos de resultados práticos, a única questão que teve parte acatada pelo governo foi o anúncio de que será aplicado um terço de hora atividade ainda esse ano, mas o grande problema é que, mesmo que isso seja feito, o governo não dá garantias de que não haverá perdas de remuneração, porque não tem nada oficializado”.
Outras reivindicações dos professores são o pagamento do piso salarial, o Plano de Cargos e Carreiras e Remuneração (PCCR-Unificado), a reforma nas escolas, entre outras.
“Quanto à questão do piso salarial, o governo insiste que vai pagar em abril, que era para ter sido pago em janeiro. Disse que vai pagar o retroativo, mas que haverá negociação só se houver suspensão de greve, mas isso não vai acontecer. Não vamos ser pautados pelo governo, a categoria tem autonomia. Ou o governo tem questões práticas e objetivas e que sejam muito nítidas para a categoria ou fica difícil tomar alguma decisão”.
Para o coordenador geral do Sintepp, Mateus Ferreira, a categoria perde vantagens conquistadas em anos. “Não tem outra alternativa a não ser a de manter a greve. Tem pontos que o governo precisa responder concretamente, porque a fala do governo ontem é de que haverá redução salarial porque eles vão inviabilizar a extrapolação do professor. Não somos favoráveis à extrapolação, mas nós queremos e apresentamos uma proposta para que o governo realize concurso público e mediante a esses novos concursados, a extrapolação vai cedendo espaço, um processo normal de gestão”.