Um total de 635 casos de dengue, 22 de zika vírus, 549 de febre chikungunya e nenhum de febre amarela em humanos compõem o novo Informe Epidemiológico de 2017 emitido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde, sobre as ocorrências confirmadas no Pará das doenças que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo os dados, houve uma redução de 74% na quantidade de doentes por dengue no Estado em relação ao mesmo período de 2016, que então registrava 2.437 confirmações.
Uma medida da Sespa que tem ajudado no controle e vigilância de casos suspeitos é a Sala de Situação, que tem articulado parcerias com o Exército Brasileiro nas ações de combate ao mosquito. Os soldados já estiveram em campo nos municípios de Tucuruí, Marituba, Ananindeua, Belém, Marabá, Sapucaia, Rio Maria e Xinguara. Todos foram treinados e capacitados para lidar com diversas situações junto à educação da população.
O informe técnico detalha os 10 municípios que tiveram casos confirmados de dengue:
Anapu (106), Marabá (95), Tucumã (74), Parauapebas (60), Ourilândia do Norte (46), Xinguara (34), Rio Maria (27), Novo Progresso (24), Tucuruí (18) e Alenquer (14).
Por outro lado, os dez municípios com mais registros confirmados de febre chikungunya foram Xinguara (175), Canaã dos Carajás (68), Parauapebas (58), Rio Maria (57), Novo Repartimento (35), Marabá (27), Marituba e Tucumã (ambos com 25), Belém (20) e Eldorado dos Carajás (15).
Casos confirmados de zika vírus foram registrados em Rio Maria (08), Canaã dos Carajás (04), Ourilândia do Norte (03), Ananindeua e Marituba (ambos com 02), Belém, Curionópolis e Vigia com um caso cada.
O texto também confirma que, em todo o Estado, não houve registro de mortes por dengue e Zika este ano e nem em 2016, mas a Sespa orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem num período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas.
Para a confirmação de óbitos é necessária a investigação epidemiológica com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em laboratórios credenciados do Estado, como o Laboratório Central (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC) – que são preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue – para o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A execução de ações contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes é de competência dos municípios, que devem cumprir metas, entre as quais se recomenda a estabilidade de agentes de controle de endemias capacitados para fazer visitas domiciliares. Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o controle. Equipes da secretaria estadual também fazem visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar capacitação sobre as doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Quando há necessidade, a Sespa também faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. Também fazem parte das ações atividades de educação e mobilização, visando a participação da população no controle da dengue.
Os vírus da dengue, chikungunya, zika provocam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças têm gravidades diferentes e de notificação obrigatória por parte das equipes de Vigilância Epidemiológica das Secretarias Municipais de Saúde. No caso da febre amarela, os pacientes normalmente não apresentam sintomas e, quando apresentam, os mais comuns são febre, dores musculares em todo o corpo, dor de cabeça, perda de apetite, vômitos, faces e línguas avermelhadas, além de fotofobia e fraqueza.
Segundo o informe epidemiológico emitido pelo Programa de Controle de Endemias da Sespa, não existe tratamento específico para dengue, chikungunya e zika vírus. O tratamento é sintomático e baseia-se em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante que os profissionais de saúde, sobretudo os médicos, reconheçam precocemente os sinais de hemorragia para a correção rápida com infusão de fluídos, bem como a lista de medicamentos contraindicada em casos de suspeitos de dengue.