O Aeroporto de Carajás, em Parauapebas, sudeste do Pará, já está com estoque zerado de combustível para avião devido os protestos dos caminhoneiros, afirma Roberto Santana, superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
O aeroporto fica localizado na rodovia Raymundo Mascarenhas, na Serra dos Carajás. Apesar da falta de combustível, as companhias aéreas informaram em nota que estão avaliando a situação e que nenhum voo foi cancelado até então.
O diretor informou que "a carreta que transporta o combustível está parada há cerca de 500 km de Carajás em um ponto de bloqueio feito por caminhoneiros na rodovia PA-150, em Goianésia do Pará, no trecho Belém-Marabá". De acordo com o superintendente, ainda há outros quatro bloqueios após este - em Jacundá, Marabá, Eldorados dos Carajás e Curionópolis.
O protesto dos caminhoneiros registra sete pontos de interdição parcial em rodovias federais no estado.
"A revendedora do combustível, que é responsável pelo abastecimento, disse que já está sem combustível e que ainda está esperando o reabastecimento. Se continuar o protesto, não há previsão de normalização"", disse Santana.
O superintendente disse também que está repassando a situação às companhias aéreas e pilotos e que somente as companhias aéreas devem informar se devem operar ou não.
A greve de caminhoneiros chega ao 4ª dia e causa reflexos por todo o país. No Pará, a paralisação afeta supermercados, serviços de órgãos públicos e abastecimento de combustível. Motoristas fizeram filas em postos de combustíveis pelo interior do estado.
Situação nos aeroportos
Um relatório da Infraero apontou situação crítica de falta de combustível em sete aeroportos administrados pela estatal, em razão da greve de caminhoneiros: Recife, Ilhéus, Goiânia, Palmas, Maceió, Carajás (PA), São José dos Campos (SP) e Uberlândia (MG).
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou em nota divulgada nesta quinta-feira (24) que acompanha o abastecimento dos aeroportos e possíveis impactos às operações e disse que as reservas de combustível são gerenciadas pelos operadores aeroportuários junto às empresas aéreas.
"Mesmo com a escassez de combustível nos aeroportos todos os voos que estão em operação seguem abastecidos dentro do estabelecido pelos regulamentos da Agência. Os regulamentos da Anac estão amparados internacionalmente e regulam o cálculo a ser feito conforme a rota, a reserva mínima a ser observada, além de instruções sobre a operação que podem alterar o cálculo do combustível. Todas as medidas estipuladas nas operações visam a segurança operacional dos voos, que é a prioridade para a Anac", diz a nota.
A Anac recomendou aos passageiros, com voos marcados para os próximos dias, que consultem as empresas aéreas antes de se deslocarem para os aeroportos.